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Fraude nos EUA leva a apreensão de depósitos em Portugal
No seguimento da acusação nos EUA a duas empresas portuguesas, que utilizavam o nome Wings Network, por operação em esquema em pirâmide, foram congeladas contas bancárias em Portugal, confirma a PGR.
A acusação nos EUA contra duas empresas que operavam sob a forma de esquema em pirâmide levou à apreensão de depósitos em Portugal. "Foram apreendidas, por via da prevenção do branqueamento, várias quantias significativas depositadas em contas em Portugal", afirmou o gabinete de imprensa da Procuradoria Geral da República (PGR), contactado pelo Negócios.
As duas empresas portuguesas, Tropikgadget Unipessoal e Tropikgadget FZE, que operavam sob o nome Wings Network foram acusadas pelo regulador do mercado dos EUA (SEC) de operarem em esquema em pirâmide. A queixa foi registada no Tribunal de Boston, dia 25 de Fevereiro, e contempla ainda 15 indivíduos, incluindo o português Carlos Luís da Silveira Barbosa, presidente executivo da Wings Network, e Cláudio de Oliveira Pereira Campos, que actuava como director de operações.
Segundo a acusação, as empresas burlaram em 23,5 milhões de dólares (22,2 milhões de euros) milhares de investidores, especialmente nas comunidades de imigrantes brasileiros e dominicanos nos EUA. "A empresa dependia do recrutamento de novos membros e as comissões eram pagas aos investidores mais antigos com o dinheiro dos novos investidores", acusa o SEC. Esta queixa surge no seguimento de outro processo a decorrer no Tribunal de Massachutes, aberto em Abril de 2014.
A operação contou com a colaboração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) portuguesa e da Procuradoria-Geral da República de Portugal (PGR). "Confirma-se o pedido de cooperação das autoridades dos Estados Unidos da América, às quais têm sido fornecidas informações sobre o processo", afirma a fonte da PGR ao Negócios.