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FMI alerta para "excessiva tomada de risco" pelos investidores
A instituição liderada por Christina Lagarde dirige-se, assim, aos mercados. Os investidores são o público-alvo, a quem a OCDE e a Fed se tinham já dirigido.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou para a possibilidade de os participantes do mercado estarem a exercer uma "excessiva tomada de risco". A instituição liderada por Christine Lagarde torna-se, assim, a terceira a "apontar o dedo" a esta questão, depois da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e Reserva Federal dos EUA (Fed).
"Os indicadores implícitos de volatilidade caíram para os baixos níveis que permaneciam antes das declarações sobre o ‘tappering’ em Maio de 2013", alerta o FMI, numa nota que preparou para o encontro de ministros das Finanças e banqueiros centrais do G20 na Austrália. "Isto levanta preocupações de que esteja a formar-se uma excessiva tomada de risco [no mercado], que poderá ser fortemente invertida com o aproximar da subida das taxas de juro nos EUA, ou caso eventos geopolíticos levem a uma maior aversão ao risco", acredita a instituição.
Mas o FMI não está sozinho nesta avaliação. Recentemente, já a OCDE havia referido que o prolongado "bull market" vinha aumentando os riscos de uma correcção. Algo que a Fed tinha também defendido há cerca de dois meses, ao afirmar que as avaliações dos activos estavam demasiado elevadas.
Para a instituição liderada por Christine Lagarde, a subida do risco é comum a diversas classes de activos. "Os juros da dívida soberana têm continuado a cair e os preços das acções têm, em geral, subido. O sentimento em relação aos mercados emergentes melhorou, como reflectido nas resilientes entradas de capitais nos carteiras e estáveis ou fortes divisas", afirma ainda a instituição.
No que toca ao crescimento, "as excepcionalmente favoráveis condições financeiras, a moderada consolidação orçamental e o reforço dos balanços", afirma o FMI, devem levar a que a "recuperação mundial volte a ganhar força". Contudo, "os riscos de queda aumentaram", destaca. O FMI afirma que a política monetária nos EUA e a baixa inflação em economias de relevo, como a Zona Euro, continuam a representar riscos para o crescimento. Ameaças a que agora se juntam as "maiores tensões geopolíticas e a [possível] reversão acentuada do risco", conclui a instituição.