Notícia
Europa cai pela sexta sessão consecutiva. Juros da dívida nacional em máximos de 2017
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta quarta-feira.
Dados macroeconómicos vestem Europa de vermelho. Lisboa comanda perdas
A Europa encerrou a sessão no vermelho, após os novos números do índice de preços no produtor nos EUA sustentarem a convicção de uma política monetária restritiva por parte da Fed. No Reino Unido, as perdas remontaram a 2020, com os dados de que a economia britânica encolheu pela segunda vez em três meses em agosto.
O Stoxx 600, "benchmark" europeu por excelência, fechou a sexta sessão consecutiva de perdas, tendo desvalorizado 0,42% para 386,31 pontos. Entre os 20 setores que compõem o índice, os do imobiliário, retalho e serviços financeiros comandaram as perdas.
Nas restantes praças europeias, o destaque foi para Londres, onde o FTSE250 caiu 1,7%, renovando mínimos de 2020, enquanto o FTSE100 perdeu 0,9%. A bolsa britânica foi especialmente pressionada pela banca, depois de o HSBC e o Lyods Bank terem reportado resultados trimestrais abaixo do esperado.
Já Madrid derrapou 1,29%, Frankfurt caiu 0,39% e Paris desvalorizou 0,24%. Por sua vez, Milão perdeu 1,27% e Amesterdão deslizou 0,81%.
Lisboa comandou as perdas entre as congéneres europeias, ao perder 1,86%, renovando mínimos de 14 meses.
Entre os principais movimentos de mercado, o Credit Suisse registou uma queda de 4,2%, após as notícias de que as autoridades norte-americanas estão a investigar se o banco suíço ajudou os clientes a esconder ativos do Estado. Por outro lado, a LVMH valorizou 2,10%, impulsionada pelos resultados do terceiro trimestre apresentados esta terça-feira já depois do fecho da sessão.
A pressionar a negociação das principais bolsas europeias estiveram dados económicos que levantaram preocupações entre os investidores. O índice de preços no produtor subiu 0,4% face a agosto nos EUA, o primeiro aumento em três meses, e registou um acréscimo em termos homólogos de 8,5%, de acordo com os dados do Departamento do Trabalho divulgados esta quarta-feira. Os dados dão assim fundamento para que o banco central liderado por Jerome Powell mantenha a sua trajetória "hawkish".
Já no Reino Unido, o PIB caiu 0,3% em agosto passado, por oposição ao crescimento de 0,1% em julho, arrastado pela indústria transformadora, a segunda queda em três meses.
Juros agravam-se na Zona Euro e Reino Unido. "Yield" nacional atinge novo máximo desde 2017
Os juros agravaram-se na Zona Euro e no Reino Unido, um dia depois das declarações do governador do Banco de Inglaterra (BoE), Andrew Bailey.
A "yield" das Bunds alemãs a dez anos – "benchmark" para a Zona Euro – agravaram-se em 5,2 pontos base para 2,342%.
Já os juros das obrigações italianas a dez anos escalaram 14,1 pontos base para 4,798%.
Por cá, a "yield" da dívida a dez anos somou 7,6 pontos base para 3,424%, depois de durante a sessão ter alcançado os 3,490% - um novo máximo desde maio de 2017.
Em Espanha, os juros da dívida com a mesma maturidade cresceram 7,7 pontos base para 3,526%.
No Reino Unido, os juros da dívida britânica somaram 1 ponto base para 4,435%, depois de esta terça-feira Andrew Bailey ter reiterado que iria terminar a intervenção no mercado esta sexta-feira. Horas depois, na manhã de quarta-feira, o Financial Times revelou a existência de conversas paralelas entre o BoE e os bancos, indicando que a compra de obrigações iria ser estendida.
Libra imune às contradições do Banco de Inglaterra
A libra esterlina parece estar imune às contradições do Banco de Inglaterra. Esta quarta-feira o Financial Times avançou que a instituição liderada por Andrew Bailey iria estender o prazo para a compra de dívida britânica, algo que foi desmentido oficialmente às primeiras horas da manhã.
Esta tarde, a libra valoriza 1% face ao dólar, para 1,1078 dólares, beneficiando também da expetativa de um forte aperto na política monetária britânica, para fazer face ao desempenho desastroso dos ativos do país nas últimas semanas.
Já o dólar avança ligeiramente face ao euro (0,05%) e 0,68% face ao iéne japonês. O índice dólar da Bloomberg - que compara a força da nota verde em relação a dez divisas rivais - soma 0,08%.
Petróleo recua com previsões de menor procura
Os preços do "ouro negro" seguem a negociar em baixa, pressionados pelo facto de a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) ter revisto em baixa a sua previsão para a procura de crude em 2022 e 2023 devido à desaceleração da economia mundial.
O dia ainda começou com nota positiva para o petróleo, mas rapidamente inverteu após a publicação do relatório da OPEP.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a ceder 1,95% para 92,45 dólares por barril.
Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, recua 2,22% para 87,37 dólares por barril.
As cotações prolongam assim as quedas de segunda-feira e terça-feira, penalizadas também pelas perspetivas de recessão mundial (reveladas ontem pelo Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial), pelo dólar forte e pelo reacender de casos de covid-19 na China – que suscita receios de uma diminuição da procura por combustível.
Ouro sustenta ganhos. Ainda assim segue abaixo dos 1.700 dólares
O ouro está em rota de ascenção esta tarde, ainda assim abaixo da fasquia dos 1.700 dólares por onça.
O metal precioso tem tido um fraco desempenho este ano, apesar do cenário de guerra e instabilidade, que costuma dar força a este ativo. Desde março já perdeu 19% do seu valor.
Depois de ontem ter arrancado a negociação com perdas, à tarde estabilizou e esta quarta-feira tem estado no verde. Pelas 15:50 avançava 0,19% para 1.669,52 dólares por onça, estando em contraciclo em relação à prata e à platina que seguem a desvalorizar.
Wall Street interrompe ciclo de perdas e arranca no verde. Moderna escala mais de 12%
Wall Street arrancou a sessão no verde, estancando as perdas dos últimos dias, numa altura em que os investidores digerem os dados do índice de preços no produtor.
O industrial Dow Jones soma 0,14% para 29.297,83 pontos, enquanto o "benchmark" mundial por excelência S&P 500 valoriza 0,22% para 3.597,62 pontos. Já o tecnológico Nasdaq Composite valoriza 0,34% para 10.459,16 pontos.
Entre os principais movimentos de mercado, as ações da Moderna sobem 12,62%, renovando máximos de dois meses com a notícia de uma parceria com a Merck para desenvolver uma vacina contra o cancro. A Merck vai pagar 250 milhões de dólares à farmacêutica em troca de no futuro desenvolverem e comercializarem em conjunto a vacina, que já se encontra numa fase intermédia de testes.
Destaque ainda para os títulos da PepsiCo, os quais somam 3,56%, depois da empresa reportar receitas acima do esperado pelos analistas para o terceiro trimestre. Além disso a empresa elevou as projeções de lucro por ação para este ano de 8% para 10%. Já a receita deve crescer 12%, acima dos 10% estimados anteriormente.
O índice de preços no produtor subiu 0,4% face a agosto, o primeiro aumento em três meses, e registou um aumento em termos homólogos de 8,5%, de acordo com os dados do Departamento do Trabalho divulgados esta quarta-feira. Os dados dão assim fundamento para que o banco central liderado por Jerome Powell mantenha a sua trajetória "hawkish".
Segundo o "dot plot" revelado após a última reunião de política monetária da Fed em setembro, A autoridade monetária liderada por Jerome Powell prevê que a taxa de fundos federais suba para 4,4% até ao final do ano, chegando a 4,6% em 2023. Segundo estas projeções a taxa de fundos federais só deve aliviar a partir de 2024, quando cair para 3,9%. Já em 2025 deve descer para 2,9%.
Europa em maré vermelha pelo sexto dia
As principais praças europeias estão a negociar no vermelho esta quarta-feira, marcando assim o sexto dia em terreno negativo, à medida que os investidores começam a avaliar o peso da desaceleração económica nos resultados das empresas.
O Stoxx 600 - referência para a Europa - perde 0,65% para 385,42 pontos, com os setores da banca, automóvel, retalho e telecomunicações a pressionarem o "benchmark", com quedas acima de 1%.
Entre os principais movimentos de mercado esteve a LVMH, a subir 1,4%, depois de ter registado um crescimento nas vendas no trimestre, com um dólar mais forte a levar os clientes a gastarem mais em itens de luxo.
O Credit Suisse perde 2,5%, depois da Bloomberg ter avançado que o Departamento de Justiça norte-americano está a investigar alegadas acusações de que o banco terá ajudado clientes dos Estados Unidos a esconder ativos das autoridades.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o italiano FTSEMIB perde 1,3% o espanhol IBEX 35 cai 1,17%, o francês CAC-40 desvaloriza 0,57% e em Amesterdão, o AEX regista um decréscimo de 0,51%.
O alemão Dax cede 0,57% e o britânico FTSE 100 perde 0,28%.
Juros agravam. Reino Unido escala após BoE reiterar que compra de dívida termina na sexta-feira
Os juros das dívidas da Zona Euro estão a agravar, depois de esta terça-feira terem registado um ligeiro alívio. Já fora da Zona Euro o destaque vai para o Reino Unido devido ao programa de compra de dívida por parte do Banco de Inglaterra (BoE, na sigla em inglês).
O banco central liderado por Andrew Bailey, anunciou esta terça-feira que iria terminar a intervenção no mercado esta sexta-feira. Horas depois, na manhã de quarta-feira, o Financial Times revelou a existência de conversas paralelas entre o BoE e os bancos, indicando que a compra de obrigações iria ser estendida.
No entanto, esta manhã foi esclarecido, de acordo com um email enviado pelo porta-voz do Banco à Bloomberg, que a intervenção no mercado da dívida deve mesmo terminar esta semana.
À hora da notícia os juros da dívida britânica a dez anos registavam uma subida momentânea de 10 pontos, mas agravam neste momento 3,9 pontos base para 4,464%.
Na Europa, a "yield" das Bunds alemãs a 10 anos, referência para a Europa, sobe 4,5 pontos base para 2,335%.
Os juros da dívida portuguesa a 10 anos avançam 3,6 pontos base para 3,384% para máximos de junho de 2017, ao passo que em França, no mesmo vencimento, crescem 3,9 pontos base para se fixarem em 2,916%.
Em Espanha, também no vencimento a dez anos, os juros subiram 3,5 pontos base, para 3,484%.
Em Itália, a "yield" da dívida com a mesma maturidade soma 3 pontos base para 4,687%.
Libra retoma ganhos com possível extensão de compra de dívida por parte do Banco de Inglaterra
A libra está a recuperar de perdas vividas nos últimos dias, numa altura em que o Financial Times noticia que o Banco de Inglaterra poderá estender o programa de compra de dívida para além do final da semana, data anteriormente anunciada no início da operação e reforçada esta terça-feira.
A libra ganha assim 0,48% para 1,1021 dólares. Relativamente à moeda única europeia, a moeda britânica sobe 0,38% para 1,135 euros.
"A libra recebeu um 'boost'", explica David Forrester, analista do Credit Agricole CIB, à Bloomberg. "A não ser que o governo do Reino Unido assuma uma trajetória fiscal mais sustentável, a libra deve permanecer sob pressão", explica ainda.
No par dólar-iene, a moeda norte-americana voltou a registar ganhos e a quebrar o patamar dos 145,9 ienes, valor que levou o Banco do Japão a intervir no mercado cambial. Isto depois do primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, ter mostrado apoio à política monetária ultraleve levada a cabo Banco do Japão.
O dólar ganha assim o,16% para 146,1 ienes.
O índice do dólar da Bloomberg – que compara a força da nota verde com 10 divisas rivais – recua 0,10% para 113,104 pontos.
Ouro ganha, com receios no Reino Unido
O ouro está a valorizar, na sequência de uma nota do Banco de Inglaterra que dá conta do fim das operações de compra de dívida na sexta-feira.
O metal precioso já perdeu cerca de 19% do seu valor desde março, numa altura em que a subida das taxas de juro por parte dos bancos centrais tem penalizado o valor deste metal.
O ouro sobe assim 0,22% para 1.670,04 dólares por onça.
Petróleo interrompe perdas e valoriza. Gás flutua com escalar da guerra na Ucrânia
O petróleo está a valorizar, depois de dois dias de quedas em que os investidores estiveram a pesar uma possível diminuição do consumo, com comentários do presidente norte-americano, Joe Biden, que afirmou que uma recessão é possível nos Estados Unidos.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, perde 0,71% para 94,96 dólares por barril.
Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, recua 0,41% para 89,72 dólares por barril, após ter perdido cerca de 3% nos últimos dias.
"O petróleo está a ter dificuldades, depois do FMI ter reduzido o crescimento económico, com os confinamentos na China e preocupações com a economia norte-americana", aponta o analista Stephen Innes, da SPI Asset Management, em declarações à Bloomberg.
"Qualquer quebra em ativos de risco pode continuar a pressionar os preços do petróleo até que haja algum sinal de ter atingido o fundo", adianta ainda.
No mercado do gás, esta matéria-prima está a negociar entre ganhos e perdas, à medida que se torna mais evidente que o escalar da guerra na Ucrânia por parte de Moscovo pode vir a deteriorar o fornecimento de gás à Europa, influenciando assim o armazenamento por parte dos países da região.
Apesar de o gás estar a fluir através do gasoduto que passa pela Ucrânia, proveniente da Rússia, qualquer interrupção nesse fornecimento poderia complicar ainda mais a vida dos países do Velho Continente.
O gás negociado em Amesterdão (TTF), que serve de referência para o mercado europeu, avança 0,8% para 158 euros por megawatt-hora, após ter registado uma queda de 2% nos primeiros minutos da sessão.
Europa de olhos no vermelho. Ásia negativa
As principais praças da europa Ocidental estão a apontar para um começo da sessão desta quarta-feira em terreno negativo. Os investidores estão de olhos postos nos dados da inflação nos Estados Unidos que são divulgados esta quinta-feira.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 descem 0,27%.
No Reino Unido os mercados vão estar a reagir aos dados do PIB no país, que mostram uma inesperada contração em 0,3% em agosto face a julho. "A economia afundou em agosto com a produção e os serviços a registarem uma queda e uma pequena revisão em baixa do crescimento [económico] de julho. A economia contraiu nos últimos três meses como um todo", explicou Grant Fitzner do gabinete de estatística do Reino Unido.
A influenciar também a negociação está uma notícia do Financial Times, que adianta que o Banco de Inglaterra deverá estender a compra de dívida no mercado, isto depois de ter sido anunciado pela autoridade monetária esta terça-feira o fim das operações de compra de obrigações na sexta-feira.
Na Ásia, a negociação foi também de perdas, com as principais praças da região a estenderem a negociação negativa ao quarto dia. China e Hong Kong registaram as maiores quedas da região, numa altura em que Pequim continua a defender a política de covid-zero no país.
"O ambiente de 'risk-off' no mercado acionista devido à inflação e subida das taxas de juro não ajuda", explica o analista Vey-Sern Ling, da Union Bancaire Privee à Bloomberg. "A China tem demasiado assuntos importantes que estão a criar resistência no sentimento dos investidores, que podem não estar dispostos a comprar ações dada a incerteza macroeconómica".
No Japão, o Topix e o Nikkei desceram 0,1%. Na Coreia do Sul, o Kospi recuou 0,1%. Já na China o tecnológico Hang Seng perdeu 1,9% enquanto Xangai recuou 1,3%.