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Euro desvaloriza com receios de manutenção dos juros na Zona Euro
O euro perdia 0,21% face ao dólar, com os mercados a recearem que o Banco Central Europeu (BCE) poderá não diminuir sua principal taxa de juro na reunião de amanhã, o que poderá atrasar a recuperação das economias da Zona Euro.
A moeda europeia recuava 0,21% para os 0,9113 dólares e avançava 0,06% face à divisa japonesa, cotando nos 109,81 ienes.
A autoridade monetária europeia vai reunir amanhã para definir a política monetária para os 12 países que partilham a moeda única, com as analistas a estimarem que a instituição liderada por Wim Duisenberg poderá optar por manter o preço do dinheiro na Zona Euro nos actuais 3,75%.
De acordo com indicadores económicos divulgados recentemente, a tendência de perda de ritmo da economia da Zona Euro poderá agravar-se nos próximos meses, reflectindo os efeitos dos recentes atentados contra os Estados Unidos (EUA), que deverão levar a um abrandamento da economia mundial.
A Comissão Europeia admitiu esta semana que a retoma da Zona Euro só deverá ter lugar a partir do início do próximo ano, quando anteriormente previa que uma recuperação económica poderia ser encetada ainda no decorrer do último trimestre de 2001.
Desde o início do ano, o BCE baixou a sua taxa directora por duas vezes, num total de 75 pontos base, o que compara com as oito reduções efectuadas pela Reserva Federal (FED) norte-americana, num total de 350 pontos base, colocando a sua taxa de juro de referência nos 3%.
O FED já sugeriu que poderá voltar a diminuir os juros nos próximos tempos, para tentar suster a confiança dos consumidores norte-americanos e impedir que a maior economia mundial entre em recessão.
Caso se confirmem novas reduções de juros nos Estados Unidos (EUA), o fosso entre o preço do dinheiro na Europa e no outro lado do Atlântico poderá aumentar, fazendo com que seja mais fácil aos investidores recorrerem a financiamentos em dólares, diminuindo desse modo a procura pela moeda única.
A descida dos juros costuma estimular o crescimento económico, através da redução dos encargos afectos à contracção de empréstimos, o que permite aos consumidores e empresas aumentarem os seus níveis de consumo e investimento.
Cada euro vale 200,482 escudos.