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Criador da dogecoin não tem resposta para ascensão meteórica da moeda digital

A dogecoin atingiu uma capitalização de mercado de 9,1 mil milhões de dólares – tanto quanto a Dropbox ou a Under Armour –, na esteira de um rally impressionante de 1.400% no acumulado do ano impulsionado pelo Reddit (de meio cêntimo para sete cêntimos de dólar).

16 de Fevereiro de 2021 às 09:00
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Imagine que é o fundador de uma empresa multimilionária. Tem uma casa enorme? Passa férias numa exclusiva ilha das Caraíbas? Possui carros de corrida? Sim, vai querer tudo isso.

E que tal um Honda Civic usado? Foi isso mesmo que Billy Markus, o engenheiro de software que criou a dogecoin, a criptomoeda inspirada no 'meme' de um sorridente cão da raça shiba inu, comprou quando trocou as suas moedas em 2015, depois de se cansar do assédio de fanáticos da comunidade de moedas digitais. Ao contrário da bitcoin, não há limite para a quantidade de dogecoins que pode ser criada na chamada mineração da moeda.

 

Agora que a dogecoin atingiu uma capitalização de mercado de 9,1 mil milhões de dólares – tanto quanto a Dropbox ou a Under Armour –, na esteira de um rally impressionante de 1.400% no acumulado do ano impulsionado pelo Reddit (de meio cêntimo para sete cêntimos de dólar), Markus quer que as pessoas percebam que ele já não faz parte do projeto e não pode limitar a oferta da moeda para ajudar a que fiquem ricos.

 

Markus foi ao fórum subreddit da dogecoin na segunda-feira para esclarecer o seu envolvimento, ou a ausência dele, no projeto. "Já não faço parte do projeto da dogecoin, saí por volta de 2015 quando a comunidade iniciou uma vasta mudança num projeto com o qual eu me sentia confortável", escreveu Markus numa carta aberta.

 

"Atualmente, não possuo dogecoins, exceto as que me foram depositadas recentemente. Doei e/ou vendi toda as criptomoedas que tinha em 2015, depois de ser dispensado do meu emprego e ter ficado preocupado com minhas poupanças cada vez mais reduzidas na época; foi o suficiente para comprar um Honda Civic usado".

 

Markus, de 38 anos, que agora trabalha como engenheiro de software numa empresa da área da educação na zona da Baía de São Francisco, disse à Bloomberg na passada quarta-feira que a dogecoin e a onda gerada são surreais, ainda para mais se pensarmos que ele e o cofundador Jackson Palmer a criaram por brincadeira.

 

"Vejo parvoíces na Internet dizendo que tenho todo esse dinheiro. Ótimo, mas onde é que ele está?", questionou Markus. "Sou uma pessoa normal que trabalha. Não estou com problemas, nem nada que se pareça, mas não sou rico".

 

O facto de Markus não ter participado na euforia em torno da sua invenção deixou-o numa posição única para avaliar o que está a acontecer. O que não quer dizer que consiga explicar o que se passa.

 

"Estou um pouco ‘a leste’, mas é estranho que algo que criei em apenas algumas horas faça agora parte da cultura da Internet", comentou. "É divertido ver Elon Musk a falar sobre isso".

 

Musk "tweetou" repetidamente o seu apoio – talvez em tom de brincadeira, talvez parte do cultivo de uma imagem de vilão de James Bond da vida real – à dogecoin. O CEO da Tesla publicou na passada quarta-feira um tweet a dizer que tinha comprado algumas moedas para o seu filho pequeno.

 

Como e por que razão valorizou tão rapidamente esta criptomoeda é um mistério até mesmo para Markus. A euforia, os tweets, o apoio da pessoa mais rica do mundo, nada disso faz sentido para o criador da dogecoin. "Talvez seja pelo facto de a dogecoin poder ser um bom termómetro do quão distantes podem as coisas ficar da realidade", considerou.

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