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Credores pedem 12 mil milhões em processos judiciais contra a Evergrande

A enchente de pedidos começou quando o banco central da China criticou a gestão da Evergrande, em agosto, por causa do elevado envididamento da empresa.

A Fitch tornou-se esta quinta-feira a primeira agência de notação financeira a classificar a gigante chinesa do imobiliário Evergrande como empresa em incumprimento.
Tyrone Siu/Reuters
16 de Dezembro de 2021 às 08:02
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Os credores chineses da Evergrande deveram entrada com um processo judicial contra a gigante do setor imobiliário, segundo avança o Financial Times, citando documentos oficiais a que teve acesso. O grupo reclama mais de 11,7 mil milhões de euros em pagamentos que já ultrapassaram os prazos.

Desde 24 de agosto e até à semana passada, um tribunal de justiça chinês recebeu 367 casos com queixas contra a Evergrande, totalizando 84 mil milhões de renminbis (equivalente a cerca de 11,7 mil milhões de euros). A 9 de dezembro, a Evergrande foi alvo de uma revisão em baixa de rating por parte da Fitch, ficando em nível de "default".

Os analistas contactados pelo Financial Times apontam que estas queixas demonstram que os credores domésticos perderam a confiança na capacidade da Evergrande -- o grupo mais endividado do mundo -- de reembolsar as dívidas que detém antes de uma falência efetiva.

"Os credores estão a correr para levar a Evergrande a tribunal para que possam estar numa posição melhor para receberem o seu dinheiro no caso de uma reestruturação de dívida", considera Bo Zhuang, analista da gestora de ativos com sede em Singapore, Loomis Sayles, em declarações ao jornal britânico. "Isto é especialmente verdade quando nem todos os credores são tratados da mesma forma.

A enchente de pedidos começou quando o banco central da China criticou a gestão da Evergrande, em agosto, por causa do elevado envididamento. 
É que o regime liderado por Xi Jinping tem tentado combater o endividamento excessivo no sistema financeiro e a empresa poderá estar a ser usada como exemplo.

A Evergrande, que chegou a ser a promotora imobiliária número um da China, tem "tropeçado" de prazo em prazo dos reembolsos, à medida que vai tentando gerir uma dívida de mais de 300 mil milhões de dólares, dos quais 19 mil milhões correspondem a obrigações nos mercados internacionais.

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