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Cinco gestores de fundos ganharam mais de mil milhões cada em 2019

Um total de 12 mil milhões de dólares. É mais do que o JPMorgan Chase pagou a todos os 56 mil funcionários do seu banco de investimento e quase o dobro do valor perdido em apostas em Las Vegas no ano passado.

EPA
15 de Fevereiro de 2020 às 17:00
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É também o que 15 gestores de hedge funds ganharam, em conjunto, em 2019.

Cinco deles - Chris Hohn, Jim Simons, Ken Griffin, Steve Cohen e Chase Coleman - ganharam mais de mil milhões de dólares cada um, de acordo com estimativas do Índice de Bilionários da Bloomberg.

As recompensas para os homens - e são todos homens - são impressionantes, especialmente tendo em conta que apenas 30% dos 15 gestores da lista superaram o retorno de 29% do índice S&P 500 no ano passado, e que a indústria dos hedge funds enfrenta uma forte retirada de recursos e retornos medíocres.



Os defensores dos hedge funds dizem que é suposto terem lucro independentemente de o mercado subir ou descer e que o desempenho não pode ser apenas comparado com índices de ações. Ainda assim, muitos beneficiaram com a valorização das ações, já que os bancos centrais, incluindo a Reserva Federal, mantiveram uma política de flexibilização monetária.

Muitas das gestoras ganharam dinheiro a apostar nas mesmas ações, normalmente gigantes da tecnologia. Mais de metade dos nomes na lista da Bloomberg tinha a Alibaba e o Facebook entre as 10 empresas com maior contributo para o retorno das ações, segundo uma análise dos registos no regulador.

"Se é onde está a oportunidade, é onde está", disse Darren Wolf, diretor de estratégias de investimento alternativo para as Américas da Aberdeen Asset Management, que investe em hedge funds em nome dos seus clientes. "Mas isso cria-nos desafios", sublinhou, porque os clientes da Aberdeen já investem em índices onde as tecnológicas têm um grande peso.



A maioria dos gestores da lista deste ano cobra comissões de pelo menos 20% sobre os ganhos, mesmo numa altura em que a indústria está a baixar as taxas, pressionada pelos investidores desiludidos com anos de desempenho medíocre.

Marcus Frampton, diretor de investimentos do Alaska Permanent Fund, disse que a sua empresa, que gere 68 mil milhões de dólares, está "satisfeita em pagar comissões de 20%", desde que um gestor proporcione consistentemente retornos acima dos indicadores de referência. "Isso representa competência, não exposição ao mercado".

Hohn, de 53 anos, liderou o ranking com o ganho de 41% do TCI Fund Management. O investidor ativista de Londres lucrou com apostas concentradas em ações, que incluem a Alphabet, a Microsoft e empresas ferroviárias canadianas.

 

Griffin, de 51 anos, ganhou 1,5 mil milhões de dólares com os seus fundos multiestratégia. Esse valor nem tem em conta a operação de "market-maing", a Citadel Securities, que gera outros milhares de milhões em receita.

Simons, de 81 anos, aparece com destaque na lista, apesar de se ter reformado da Renaissance Technologies há uma década. A sua participação acionista na empresa, que gere agora 75 mil milhões de dólares – juntamente com o seu investimento no secreto Medallion Fund -, quase garante que continuará entre os gestores mais bem pagos nos próximos anos.

Ray Dalio, fundador da Bridgewater Associates, ganhou 480 milhões de dólares, abaixo dos 1,3 mil milhões de 2018, depois de o seu principal fundo, o Pure Alpha II, ter registado perdas pela primeira vez em duas décadas. A estratégia All Weather de Dalio deu melhor resultado, com um retorno de quase 17% no ano passado, enquanto ele continua a ter uma participação considerável na empresa de 160  mil milhões de dólares com sede no Connecticut.



(Artigo original: Five Hedge Fund Heads Made More Than $1 Billion Each Last Year)

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