A Carrefour vai investir 1,5 mil milhões de euros em 500 lojas na Europa Ocidental, nos próximos dois anos e meio, para passar a apostar mais na venda de produtos de marca própria, contrariando a tendência de perda de quota de mercado para os seus concorrentes. Uma tendência que se verificou em todo o mundo, nos últimos cinco anos, segundo os dados do Eurostat, citados pelo Cinco Dias.

Os titulos da retalhista avançam 5,56% para 40,37 euros, depois de terem chegado a subir 6,36% para máximos de Julho de 2008. Este ano a retalhista acumula uma valorização superior a 20%.

Como resultado desta estratégia, a cotada espera aumentar os volumes de vendas e melhorar as margens de lucro. A cotada estima maiores vendas e rentabilidade até 2015, depois de um período que levou a que a retalhista quase perdesse a liderança no mercado francês, de onde é originária a marca.

O Carrefour “quer transformar as suas lojas do que são agora, grandes lojas onde se vendem marcas do outros, para uma marca de consumo por direito prórpio”, disse ontem o CEO, Lars Olofsson, ao Wall Street Times.

Segundo o responsável, a cotada vai agora focar-se em fornecer produtos a preços mais baixos aos consumidores, em vez das marcas de qualidade em que se focava anteriormente. “O que é muito importante é esta percepção de preço. Se sou a cadeia de retalho preferida pelo consumidor, é natural que também seja a mais rentável”, referiu.

Os analistas aplaudiram os planos apresentados ontem. O analista do BNP Paribas, Philippe Suchet, disse que os planos de renovação são mais amplos do que esperava, embora o seu preço seja mais “leve”.

“Estes números são muito melhores do que as expectativas de mercados”, disse o analistas, que subiu a sua recomendação de “neutral” para “outperform”.

Carrefour poderá vender supermercados Dia

Para financiar este plano de investimentos o Carrefour está a considerar várias hipóteses. Entre estas encontra-se possibilidade de vender a cadeia de supermercados “hard discount” Dia ou dispersar capital em bolsa. Duas hipótese preferidas à venda da sua posição no Brasil e na China, que é o mercado onde o grupo mais cresce.