O BCE deve manter hoje inalterada a taxa de juro directora em 1% pelo quarto mês consecutivo, consideram os economistas ouvidos pela Lusa, num momento em que a zona euro se debate com constrangimentos ao seu crescimento.

O conselho de governadores do BCE reúne-se hoje, em Frankfurt, na Alemanha. No final do encontro, deverá ser anunciada a manutenção de todas as taxas de referência da zona euro, incluindo da taxa directora em 1%, valor para que desceu em Dezembro de 2011.

Em declarações à Lusa, a economista do BPI Teresa Gil Pinheiro disse não esperar qualquer decisão do BCE no sentido de descer o preço do dinheiro.

"Há sinais de estabilização da actividade, principalmente a nível global, o que poderá favorecer uma queda menos acentuada na zona euro. Além disso, a inflação está alta e as taxas Euribor têm mantido a tendência descendente, o que só por aí alivia os custos dos agentes económicos, logo, não haverá nenhuma razão para o BCE descer" a taxa de juro, afirmou a economista.

Quanto a um possível aumento, Teresa Gil Pinheiro também recusou uma vez que a zona euro ainda está com um "crescimento muito fraco" e o "BCE tem mostrado preocupações" com a actividade económica.

Também a analista de acções do Millennium BCP, Telma Santos, disse à Lusa que o consenso dos analistas espera a "manutenção" das taxas praticadas pelo BCE.

Em Março, na última reunião da cúpula do BCE, a taxa de juro de referência (para as operações principais de refinanciamento) manteve-se em 1%, a facilidade permanente de cedência de liquidez nos 1,75% e a taxa de remuneração de depósitos os 0,25%.

Após o encontro, ao início da tarde, o presidente da instituição, Mario Draghi, deverá prestar esclarecimentos sobre as medidas de política monetária do BCE numa conferência de imprensa, juntamente com o português Vitor Constâncio, vice-presidente do banco de Frankfurt.