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BCE estará a comprar cerca de 50% de dívida dos países, acima do limite definido

A autoridade bancária terá em mãos a compra de cerca de 50% de dívida dos países da região, de acordo com a Bloomberg, através de todos os programas que criou para o efeito.

KAI PFAFFENBACH
Gonçalo Almeida goncaloalmeida@negocios.pt 15 de Novembro de 2021 às 15:05
O Banco Central Europeu (BCE) estará a comprar cerca de 50% de dívida soberana dos Estados-membros da União Europeia (UE), através dos seus programas para o efeito, acima do limite estabelecido pela própria instituição, de acordo com a Bloomberg, que cita fontes anónimas, próximas do assunto. 

Assim, o ritmo de compras atual supera o limite dos 33% que foi definido pela autoridade bancária em 2015, quando o programa de compra de dívida foi lançado (o APP, na sigla em inglês), na altura pelo ex-presidente Mario Draghi. A compra de dívida supranacional é de 60% e para o APP é de 50%, diz a agência.

"O BCE diz que está a usar 50% de teto operacional para as compras de dívida (vs 33%). São fontes anónimas, mas parece-me legítimo que o BCE esteja a examinar quanto espaço de compras tem antes da decisão [sobre os programas de compra] em dezembro", diz Frederik Ducrozet, economista do Pictet, em reação à peça da Bloomberg, no Twitter.

Este patamar definido pela própria instituição foi respeitado também no PEPP, o programa de compra de dívida criado para responder à atual pandemia. E, numa altura em que existem rumores de que o BCE estará a pensar num outro programa depois de março de 2022 ou na diluição do PEPP no programa de compras regular, seria de esperar que os 33% fossem mantidos.

Lagarde reforçou novamente, no Parlamento Europeu, que os juros não deverão subir tão cedo quanto espera o mercado – é "muito improvável" que tal aconteça no próximo ano – e as condições monetárias precisam de se manter acomodatícias, num momento em que as subidas de preços de matérias-primas e da energia já penalizam a economia.

O banco irá tomar uma decisão sobre a retirada de apoios na reunião de dezembro, altura em que define novas previsões para a economia da região. O PEPP, envelope com 1,85 biliões de dólares, expira em março de 2022. Os investidores aguardam por dezembro para perceberem quais as ideias para o futuro das compras de dívida. 
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