Notícia
AIE alerta para risco de encerramento do Canal do Suez
O petróleo continua a encarecer. Depois de superar a bareira dos 100 dólares, continua a subir, impulsionado pela crise egípcia, que – segundo a AIE – ameaça o fornecimento a partir do Suez. Espanha será bastante afectada se esse cenário se concretizar.
Há dois dias, o número de egípcios em protesto contra o regime de Mubarak na praça de Tharir, no Cairo, começava a diminuir. Mas as lágrimas de um homem renovaram as tensões, com o principal palco dos protestos na capital do Egipto a encher novamente.
Wael Ghonim é executivo da Google no Egipto e esteve detido durante 12 dias, em pleno fulgor das manifestações de descontentamento social contra o regime de Hosni Mubarak, que governa o país com mão de ferro há cerca de 30 anos.
Há dois dias, quando foi libertado, as lágrimas que lhe correram pelo rosto durante uma entrevista onde relatou os dias de cativeiro inflamaram de novo o povo que está contra o poder estabelecido. Ghonim dirigiu-se aos egípcios, dizendo que eles eram uns heróis, o que teve um efeito-mola naqueles que tinham regressado às suas casas. O povo voltou em força às ruas, congregando-se muito especialmente na praça de Tharir, e o clima de tensão intensificou-se.
Mubarak não arreda pé e o vice-presidente do Egipto, Omar Suleiman, já disse que não vai tolerar por muito mais tempo esta paragem do país, que hoje vive o 17º dia de protestos. Mas o povo não desmobiliza e os receios de que esta situação possa propagar-se a outros países do mundo árabe estão a intensificar as preocupações quanto à possibilidade de o Canal do Suez ter de encerrar.
No caso de isso acontecer, Portugal não será afectado, sublinhou na semana passada ao Negócios o especialista em questões petrolíferas Caleia Rodrigues. Mas o mesmo não se pode dizer de Espanha.
No seu mais recente relatório mensal sobre o mercado do petróleo, hoje divulgado, a Agência Internacional da Energia (AIE) chama a atenção para os receios de que as actuais perturbações no Egipto possam ter repercurssões sobre o escoamento da matéria-prima pelos 195 quilómetros do Canal do Suez e pelos 320 quilómetros do oleduto SUMED (o “pipeline” Suez-Mediterrâneo).
Segundo este estudo, a que o Negócios teve acesso, Espanha seria a principal afectada pelo fecho deste canal, já que é o país que mais crude recebe por aquela via. “O destino do crude e produtos petrolíferos é diverso. Os dados da APEX[Analysis of Petroleum Exports] revelam que Espanha, Itália, França e Marrocos receberam 37%, 26%, 11% e 10%, respectivamentem do fluxo de crude direccionado para Norte, enquanto a China e a Índia receberam 35% e 28%, respectivamente, da matéria-prima que segue para Sul”, sublinha a AIE.
Estes receios já colocaram de novo o petróleo em terreno positivo, com os investidores atentos aos desenvolvimentos no Norte de África e Médio Oriente.
Wael Ghonim é executivo da Google no Egipto e esteve detido durante 12 dias, em pleno fulgor das manifestações de descontentamento social contra o regime de Hosni Mubarak, que governa o país com mão de ferro há cerca de 30 anos.
Mubarak não arreda pé e o vice-presidente do Egipto, Omar Suleiman, já disse que não vai tolerar por muito mais tempo esta paragem do país, que hoje vive o 17º dia de protestos. Mas o povo não desmobiliza e os receios de que esta situação possa propagar-se a outros países do mundo árabe estão a intensificar as preocupações quanto à possibilidade de o Canal do Suez ter de encerrar.
No caso de isso acontecer, Portugal não será afectado, sublinhou na semana passada ao Negócios o especialista em questões petrolíferas Caleia Rodrigues. Mas o mesmo não se pode dizer de Espanha.
No seu mais recente relatório mensal sobre o mercado do petróleo, hoje divulgado, a Agência Internacional da Energia (AIE) chama a atenção para os receios de que as actuais perturbações no Egipto possam ter repercurssões sobre o escoamento da matéria-prima pelos 195 quilómetros do Canal do Suez e pelos 320 quilómetros do oleduto SUMED (o “pipeline” Suez-Mediterrâneo).
Segundo este estudo, a que o Negócios teve acesso, Espanha seria a principal afectada pelo fecho deste canal, já que é o país que mais crude recebe por aquela via. “O destino do crude e produtos petrolíferos é diverso. Os dados da APEX[Analysis of Petroleum Exports] revelam que Espanha, Itália, França e Marrocos receberam 37%, 26%, 11% e 10%, respectivamentem do fluxo de crude direccionado para Norte, enquanto a China e a Índia receberam 35% e 28%, respectivamente, da matéria-prima que segue para Sul”, sublinha a AIE.
Estes receios já colocaram de novo o petróleo em terreno positivo, com os investidores atentos aos desenvolvimentos no Norte de África e Médio Oriente.