Notícia
Abertura de mercados: Japão entra em recessão técnica e bolsas nipónicas afundam
A principal razão para o abrandamento da terceira maior economia mundial foi o impacto do aumento do IVA que subiu dos 5% para os 8% em Abril. O Governo de Shinzo Abe preparava-se para aumentar esta taxa para os 10% no próximo ano, mas deverá agora recuar.
As bolsas japonesas fecharam em queda depois de dados oficiais demonstrarem que a economia nipónica entrou em recessão técnica no último trimestre. O produto interno bruto encolheu 1,6% no terceiro trimestre face a período homólogo, na que é a segunda queda consecutiva trimestral depois de ter caído 7,1% no segundo trimestre, avança a Bloomberg.
A principal razão para o abrandamento da terceira maior economia mundial foi o impacto do aumento do imposto sobre as vendas, implementado em Abril. Esta taxa (semelhante ao IVA em Portugal) subiu dos 5% para os 8%, provocando a maior contracção da economia desde 1997.
O Governo de Abe Shinzo deverá agora recuar da sua intenção de aumentar esta taxa para os 10% no próximo ano, indicam os analistas. "O Japão está em recessão, pressionado pelo aumento do IVA. O atraso no aumento do IVA é agora uma certeza virtual", aponta Jesper Koll analista da JP Morgan Chase.
Os índices Nikkei 225 e Topix fecharam assim a sessão em terreno negativo e caíram 2,96% e 2,45% respectivamente. Já o iene esteve a cair para o seu valor mais baixo face ao dólar desde 2007 – 115,4600 dólares.
"O imposto sobre as vendas implementado em Abril destruiu completamente a economia, a economia do Japão não está actualmente a inspirar confiança", disse à Bloomberg Yoshiki Shinle, economista chefe do Dai-Chi Life Research Institute. "Os dados de hoje vai deixar uma lembrança traumática para os políticos japoneses sobre aumentos dos impostos sobre as vendas".
Nos mercados petrolíferos, o barril de Brent para Janeiro cai 1,11% para 78,53 dólares em Londres, na que é a maior série consecutiva de quedas desde 1988. Enquanto o West Texas Intermediate perde 0,87% para 75,16 dólares em Nova Iorque.
Os membros da Organizações dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) estão nos bastidores a preparar o seu encontro de 27 de Novembro. O ministro do petróleo do Irão vai reunir-se com o seu homólogo dos Emirados Árabes Unidos esta semana.
O petróleo já perdeu 30% desde Junho e a OPEP tem estado a resistir a cortes na produção, apesar do consumo de petróleo estar no nível mais baixo em cinco anos. Apesar da procura estar em baixa, os Estados Unidos estão a produzir no seu nível mais elevado em 30 anos – devido ao petróleo de xisto.
E apesar da Arábia Saudita – o maior produtor mundial – estar a resistir a cortes na produção, outros membros da OPEP como a Venezuela, Líbia e Equador querem fechar a torneira para que os preços voltem a subir.
"É tudo sobre a OPEP, essa é a actual realidade. O mercado está focado no resultado do encontro da OPEP. Mas até agora ainda não há indicações de que a produção possa vir a ser reduzida", disse à Bloomberg Ric Spooner, analista da CMC Markets em Sidnei.
Já o euro está a subir ligeiramente e ganha 0,03% para 1,2529 dólares.