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5 coisas que precisa de saber para começar o dia
Arranca o ano nos mercados. Depois de um 2017 na generalidade positivo, há que aguardar para ver o desenrolar de alguns dossiês. Para já neste início do ano, a tensão no Irão está a agitar ondas.
O Stoxx 600 terminou 2017com o maior ganho desde 2013. Teve uma valorização de 7,68% no ano que findou. A Steinhoff Internacional, dona da Conforama, e a Altice foram duas das empresas que estiveram no lado negativo desta evolução. E antecipa-se um início de 2018 para estas duas entidades com a mesma tendência. A dona da Conforama viu-se a braços com a descoberta de irregularidades contabilísticas. A Altice está presa a uma dívida significativa e os mercados esperam para ver o plano de redução do endividamento a acontecer. Para já, ainda se aguarda, em Portugal que a Autoridade da Concorrência decida a operação de compra da TVI. A Europa está presa, neste início de ano, ao que acontece na Alemanha, onde vão começar negociações formais entre os dois maiores partidos – CDU, de Angela Merkel, e SPD, de Martin Schulz, na tentativa de formarem um governo estável. Mas já há quem antecipe dificuldades com os conservadores da Bavaria, CSU, aliados tradicionais da CDU, a pressionarem corte nos impostos às empresas e cortes nas ajudas aos refugiados, o que poderá complicar as negociações com o SPD, escrevia a Reuters. Ainda na Europa, o final do ano trouxe a indicação de que Itália vai a votos a 4 de Março. E, claro, as negociações para o Brexit serão um tema de todo este ano.
Navigator e Pharol reagem
Duas notícias marcaram o final de 2017 por parte de empresas cotadas na bolsa nacional. A Navigator (designação nova da Portucel) vendeu o negócio norte-americano de Pellets a uma joint-venture gerida e explorada por uma entidade associada da Enviva Holdings. O valor do encaixe não foi revelado. A venda foi explicada pela "oportunidade financeiramente atractiva de desinvestimento".
No caso da Pharol, é ainda o processo de recuperação da Oi a fazer variar a evolução da empresa. Depois de aprovado pelos credores, a Pharol quer que sejam os accionistas actuais – sendo ela a principal – a decidir as medidas a tomar, nomeadamente o aumento de capital e a constituição de uma administração transitória. A Pharol tem dito não concordar com o plano por pressupor uma diluição não desejável da posição da empresa na Oi. A Pharol requereu, por isso, a convocação de uma assembleia-geral extraordinária da empesa brasileira.
O mercado nacional ainda vai abrir o ano com um olhar no sector da energia. Por um lado, pelo facto da EDP Comercial ter revelado que, ao contrário do que tem de fazer no mercado regulado, no liberalizado vai aumentar preços em 2,5%. Já a Galp sentirá o que acontecer no petróleo. Mais duas empresas podem neste arranque do ano mostrar dinamismo. As cotadas ligadas ao comércio – Sonae e Jerónimo Martins – poderão ser impactadas com os números que vierem a ser conhecidos sobre as vendas do Natal.
No ano que terminou, o PSI-20 acumulou uma valorização superior a 15%.Os mercados mostrarão o que esperam para 2018.
Novo ano traz mais impostos
Além da subida de preços em alguns serviços, a entrada em vigor do Orçamento do estado de 2018 traz para as empresas com lucros acima de 35 milhões uma derrama estadual acrescida. Segundo na altura foi referido pelos analistas, a REN e a Sonae estão entre as cotadas do PSI-20 que deverão ser mais penalizadas pela subida do último escalão da derrama estadual do IRC, dos actuais 7% para os 9%. Além da Sonae e da REN, também a Nos, a EDP Renováveis e a Galp terão impactos. As contas do Governo apontam para mais 70 milhões de euros de receita, já com impacto em 2018 do agravamento.
Wall Street contaminada pelo fio polar?
Apesar de ter fechado a última sessão de 2017 em queda, as bolsas norte-americanas registaram o melhor desempenho desde 2013 – com os três grandes índices a somarem mais de 20% no acumulado desde Janeiro –, tendo sido sustentadas pela melhoria da economia mundial e por sólidos resultados empresariais.
Este é o ano nos Estados Unidos da entrada em vigor da reforma fiscal de Donald Trump que está sempre no centro das atenções muito por causa da política externa. Isto numa altura em que os Estados Unidos e Canadá estão a ser afectados por uma onda de frio polar.
Petróleo agitado com tensões no Irão
Os últimos dias têm sido de tensão no Irão. Os protestos alastraram-se a várias cidades. A situação económica débil do país, com elevado desemprego, é apontada como uma das causas do descontentamento. Nas manifestações têm sido queimadas faixas com a figura do ayatollah Ali Khamenei. Desde a revolução islâmica de 1979 que não se viam protestos a exigir o fim do regime dos ayatollah, com alguns manifestantes a pedirem o regresso do Xá, que vive no exílio. O Irão é dos maiores produtores do cartel OPEP.
Para esta terça-feira é aguardada a divulgação pela Rússia dos números relativos às exportações de petróleo, o que permitirá perceber se o país continua comprometido com o acordo de cortes de produção e se está a cumprir as metas estipuladas neste entendimento entre os maiores produtores de petróleo do mundo.