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Dogecoin: 89 cêntimos valem guerra entre Musk e fundador da maior plataforma "crypto" do mundo

Durante duas semanas, 1.674 utilizadores da maior plataforma de criptomoedas do mundo não conseguiram converter para moeda fiduciárias várias unidades de Dogecoin.

Reuters
29 de Novembro de 2021 às 13:04
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A última semana foi marcada pela batalha online entre dois titãs do mercado crypto: Elon Musk, CEO da Tesla e considerado um dos grande padrinhos de várias criptomoedas, em particular "meme coins", como Dogecoin e Shiba Inu, e Changpeng Zhao, também conhecido por apenas "CZ", o fundador e presidente da Binance.

Durante duas semanas, 1.674 utilizadores da maior plataforma de criptomoedas do mundo não conseguiram converter para moeda fiduciária várias unidades de Dogecoin.

A empresa não avançou com o montante global afetado por este  "congelamento". Em pouco tempo, a "exchange" acabou por ser alvo de fortes críticas na internet, a começar por Elon Musk, autor da famosa frase "Dogecoin to the Moon" (em português: "Dogecoin até à Lua") e grande impulsionador do crescimento deste criptoativo, que lhe vale o título de "Dogefaher"

O autodemoninado "imperador de Marte", como gosta de se apelidar no Twitter, atacou Changpeng Zhao com uma publicação na rede social: "CZ o que é que se está a passar com os levantamentos dos teus clientes que investem em Dogecoin? Parece suspeito."



Rapidamente a conta oficial da Binance respondeu à provocação de forma assertiva: "Não é suspeito, apenas é frustrante e estamos a tentar resolver", encaminhando uma explicação mais completa para um comunicado publicado na página da plataforma.

O empresário sul-africano não se deixou ficar e sublinhou que "os investidores que utilizam a Binance para aplicar dinheiro deviam ser protegidos contra erros, sobre os quais não têm culpa".

Por sua vez, "CZ" rompeu o seu tradicional silêncio e cortesia, para contratacar não apenas com argumentos sobre o assunto, mas com uma dura crítica à Tesla recordando vários contactos que a marca foi obrigada a fazer com vários clientes, por defeitos existentes nos automóveis vendidos.

"Este é um problema com uma carteira específica de Dogecoin. Pedimos desculpa pelo incómodo causado", afirmou o fundador da Binance, acompanhando, porém, o texto com um um "post" de uma notícia do diário britânico "The Guardian" que dá conta de um contacto realizado com proprietários de 12 mil veículos da Tesla, por defeito de fabrico.

Mais tarde, Musk escreveu no seu blog que "não levantei esta questão por algo pessoal, já que não sou cliente da Binance, mas apenas por preocupação com outros investidores em Dogecoin. "CZ" ripostou afimando que não gostou do termo "suspeito", já que parecia que estava a colocar em causa a honestidade da Binance e recordou que o assunto está a ser tratado.

A plataforma ainda não emitiu nenhum comunicado em que afirme que o problema está resolvido.

Nas últimas 24 horas, a Dogecoin corrigiu a tendência negativa da última semana (-8,25%), com uma correção de 2,02%, para os 0.2052 dólares (0,89 cêntimos à taxa de câmbio atual), depois de há dois dias ter quebrado a linha de suporte dos 0.2085 dólares.

Dogecoin, um ativo ou um "meme" de futuro?

A Dogecoin foi criada em 2013. O seu nome deriva de um cão da raça japonesa Shiba Inu – deve-se a uma série de mensagens na rede social Twitter do fundador da Tesla, Elon Musk, que em dezembro do ano passado publicou a mensagem enigmática "uma palavra: doge", o que despertou a curiosidade.

Musk, um defensor da bitcoin, continuou a alimentar o interesse na moeda digital através das redes sociais, com humor e jogos de palavras.

"A Dogecoin foi inventada como uma brincadeira para nos rirmos das moedas digitais (…) O resultado mais irónico é o de a moeda digital inventada como uma piada se converter precisamente numa moeda. Até à Lua!", disse Musk em fevereiro ao portal TMZ, utilizando uma expressão que se popularizou entre os pequenos investidores, que, coordenados em fóruns na internet, têm-se feito notar nos mercados.

Alguns analistas atribuem ao chefe da Tesla as últimas subidas da dogecoin, em particular devido à sua participação no programa televisivo "Saturday Night Live", no dia 8 de maio, que levou a um crescimento de quase 40% em 24 horas.

Outros conhecidos investidores, como Mark Cuban, proprietário da equipa de basquetebol Dallas Mavericks, que joga na liga norte-americana, a NBA, já apoiaram publicamente a dogecoin.

Apesar de tudo, são muitas as vozes que alertam para o risco inflacionário desta criptomoeda. No final de novembro, o CEO da Ripple, Brad Garlinghouse afirmou, durante um evento em Abu Dhabi: "Na verdade, não estou convencido de que Dogecoin seja boa para o mercado das criptomoedas. A Dogecoin tem uma dinâmica inflacionária que me deixaria relutante em detê-la".

Os próprios criadores da Dogecoin não são crentes no valor intrínseco do ativo. Em julho, Jackson Palmer considerou a criptomoeda "uma tecnologia hiper-capitalista de direita construída principalmente para aumentar a riqueza" através de "uma combinação de evasão fiscal, reduzida supervisão e escassez artificial".

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