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Cerca de 10% dos internautas em todo o mundo são donos de cripto. Portugal a meio da tabela

Segundo um estudo da Finbold, cerca de 10,2% da população global que utiliza internet possui algum tipo de criptomoeda. Portugal fica ligeiramente abaixo da média mundial, com 9,7%. Países em desenvolvimento lideram ranking.

Investidores de retalho e institucionais dão força às stablecoins.
Rodrigo Sura/EPA
06 de Fevereiro de 2022 às 17:49
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O número de investidores do mercado cripto descolou nos últimos meses em todo o mundo. De acordo com um estudo da Finbold, cerca de 10,2% da população global que utiliza internet possui algum tipo de criptomoeda.

A Tailândia é quem lidera a tabela, com o dobro da média mundial, já que 20,1% dos internautas do país detêm criptomoedas, seguida da Nigéria e das Filipinas (19,4% cada). Os EUA, uma das maiores regiões da mineração mundial, desde que esta atividade foi banida da China, ocupa a 14.ª posição da lista com 12,7%.

Portugal está a meio da tabela, ligeiramente abaixo da média mundial (9,7%), sendo precedido pela Colômbia (10,2%) e sucedido pelo Canadá (9,6%).

Países em desenvolvimento lideram tabela

Não é por acaso que a Tailândia, Filipinas, África do Sul, Turquia e Argentina lideram o ranking com mais detentores de criptomoedas. O estudo concluiu que é nas nações onde a economia é mais subdesenvolvida e a inflação mais galopante que os cidadãos, de forma a fugir à desvalorização da moeda do país, apostam em criptoativos.

Aliás, em outubro do ano passado, o Fundo Monetário Internacional (FMI) já tinha alertado que o advento dos criptoativos nos mercados emergentes pode prejudicar a estabilidade financeira das economias locais, minando os controlos cambiais e de capital.

O FMI aclarou uma situação que tem sido constante, sobretudo em países cuja a inflação é galopante. Para a instituição internacional, "as políticas macroeconómicas inadequadas e a ineficiência dos sistemas de pagamento são os principais motores da adoção de criptomoedas".

A entidade liderada por Kristalina Georgieva comparou este fenómeno ao da "dolarização", que ocorre quando uma moeda estrangeira – normalmente o dólar – substitui ou coabita com uma moeda nacional, para combater a inflação.

"Fatores como a baixa credibilidade dos bancos centrais e os fracos sistemas bancários domésticos que podem alimentar a "dolarização" também podem contribuir para o uso crescente da criptografia", acrescenta o FMI.

Para a organização internacional, os ativos virtuais, assim como a "dolarização", neste tipo de economias pode ser um travão "à implementação efetiva da política monetária ordenada pelos bancos centrais colocar em causa a estabilidade financeira", através da inutilização da moeda nacional.

O FMI alertou ainda para o facto de este movimento poder tornar-se uma  ameaça à política tributároa, sugerindo que os ativos virtuais facilitam a evasão fiscal. A instituição exortou ainda os governos e bancos centrais das nações em desenvolvimento a fortalecerem as políticas macroeconómicas e a considerarem os possíveis benefícios da emissão de moedas digitais dos bancos centrais em resposta ao aumento da criptografia.

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