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Bitcoin afunda 20% em novembro. Está a chegar a "tempestade" de maio?

Esta sexta-feira, a "criptoqueen" segue a cair 6,29% para 54.396,76 dólares, uma quebra de 3.641,76 dólares, em apenas 24 horas.

Investidores de retalho e institucionais dão força às stablecoins.
Rodrigo Sura/EPA
26 de Novembro de 2021 às 14:31
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A Bitcoin afundou 20% desde os máximos históricos atingidos este mês. Esta sexta-feira, a "criptoqueen" segue a cair 6,29% para 54.396,76 dólares, uma quebra de 3.641,76 dólares em apenas 24 horas.

A Bloomberg Intelligence aponta para o surgimento da nova variante da covid-19 na África do Sul, a repressão da China e a politica orçamental agressiva de Joe Biden no novo plano de infraestruturas como os principais motivos que levaram muitos investidores a venderem o seu "token".

Esta quebra foi ainda alimentada pelas declarações proferidas esta quinta-feira pelo governador do Banco de Inglaterra ("BoE" na sigla anglo-saxónica").

Andrew Bailey atacou El Salvador pelo facto de o país ter adotado a Bitcoin como segunda moeda oficial do país, ao lado do dólar. "Os consumidores serão traídos pela volatilidade da cotação", alertou o governador.

El Salvador: Um exemplo ou um desastre?

O decreto que entrou em vigor a 7 de setembro, com o apoio e promoção total do presidente Nayib Buekele, estabelece que "a evolução do valor da criptomoeda será ditada pelo mercado, não havendo qualquer interferência do Estado".

A motivação do "ditador fixe", como se autoapelida Bukele no Twitter, face à Bitcoin tem sido de tal ordem que o chefe de Estado se comprometeu esta semana a construir uma cidade "cripto", alimentada por uma emissão de dívida de mil milhões de dólares em Bitcoin.

O cupão será de 6,5% e a maturidade será de 10 anos. A Bitfinex será o "bookrunner" da operação.


Os passos de El Salvador começam a inspirar outras nações da América Latina.

O Parlamento argentino está a debater um projeto-lei que poderá permitir, por um lado,  o pagamento de salários em criptomoedas, ou então a conversão desta remuneração de pesos para moedas digitais, no mesmo dia da transferência, através de uma operação financeira do banco intermediário.

O principal promotor deste projeto-lei foi o deputado José Luís Ramón, para quem esta iniciativa "nasce da necessidade de promover maior autonomia e gestão do salário, sem que isso implique perda de direitos ou exposição a situações de abuso no âmbito da relação de emprego".

 

Segundo a proposta apresentada, "essa medida, para além de fortalecer a autonomia dos trabalhadores, oferece um mecanismo moderno com a capacidade de preservar o direito à livre disposição de salário". Esta ferramenta é ainda uma forma de os trabalhadores independentes, se trabalharem para clientes estrangeiros, não perderem dinheiro ao converter outra moeda para pesos.

Bitcoin desilude e arrasta EFT

A criptomoeda está sob pressão, depois de no início deste mês ter batido um recorde histórico, ao alcançar o patamar dos 69 mil dólares, um resultado impusionado pelo ETF Bitcoin da ProShares (BITO) que logo no segundo dia de negociação alcançou um feito histórico para fundos desta natureza, ao atingir a marca dos mil milhões de dólares.

Esta sexta-feira, a BITO registou uma queda de 5,42% no premarket, com uma capitalização de mercado de 1,2 mil milhões de dólares. O fundo tem registado uma tendência negativa no último mês, uma tendência acompanhada por outro ETF de Bitcoin, de grande destaque no mercado norte-americano, o Valkyrie ETF Trust II (XBTF), que só no premarket desta sexta-feira está a perder 6,06%.

Um Déjà Vu?

A queda desde o início de novembro faz tremer os investidores, trazendo à memória a ascensão e queda da criptomoeda há mais de meio ano. A Bitcoin sofreu uma queda de 36% durante o mês de maio, o pior desempenho mensal desde setembro de 2011.

A "criptoqueen", que no mês de abril tocou nos 64.000 dólares, chegou a cair depois para os 36.853,64 dólares, segundo os dados da Coin Market Cap.

A queda da Bitcoin arrastou consigo outras moedas digitais, como a Dogecoin, a moeda "meme"  adotada por Elon Musk, e a segunda criptomoeda mais cotada, a Ethereum.

Esta queda foi patrocinada pelo "empurrão" do CEO da Tesla, que depois de em março ter anunciado que a gigante automóvel aceitaria a Bitcoin como forma de pagamento, voltou atrás com a decisão "por razões ecológicas".

Este movimento negativo teve ainda a "ajuda" das autoridades chinesas, que apertaram o cerco às empresas de mineração e negociação de criptomoedas na China – responsável por cerca de 65% da mineração mundial da Bitcoin – uma resposta clara ao apelo do vice primeiro-ministro, Liu He, lançado na semana passada, que pediu "uma atitude de repressão contra a especulação e negociação da Bitcoin".

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