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EUA aprovam primeiros ETF com exposição direta à bitcoin
O supervisor norte-americano dos mercados financeiros deu luz verde aos primeiros "exchange traded funds" (ETF) com exposição ao preço "spot" da bitcoin, em linha com o que era esperado. Em comunicado, Gary Gensler assegura que a SEC "vai investigar de forma exaustiva qualquer fraude ou manipulação no mercado" e que vai estar de olhos em "esquemas que recorrem às redes sociais".
O supervisor liderado por Gary Gensler não só deu luz verde ao primeiro pedido – da ARK Investments e da 21 Shares – como autorizou o lançamento de outros ETF, cujos requerimentos foram submetidos posteriormente, incluindo da BlackRock e da Fidelity. Ao todo, foram autorizados 11 instrumentos financeiros desta natureza, numa única decisão.
A plataforma de criptomoedas Coinbase é a custodiante da maior parte dos emitentes. Outros nomes sonantes como o JPMorgan estão também incluídos neste processo, servindo como intermediários entre os investidores e as unidades de participação dos ETF.
Hoje foi assim o dia "D", ou melhor o dia "B", para o mercado das criptomoedas, que tem vindo a antecipar esta decisão. A aprovação foi dada na data limite e depois de terça-feira à noite a conta de X da Securities and Exchange Commission (SEC) ter sido hackeada e ter sido feito um falso anúncio de aprovação. O incidente não comprometeu a decisão que, desta vez, é a sério. Mas o anúncio não foi imune a problemas.
O documento foi publicado pela SEC momentos antes do fecho da sessão em Wall Street, tendo rapidamente "desaparecido" da página. Ao momento da redação deste artigo a decisão ainda está indisponível, tendo o documento sido descarregado pela Blooomberg.
Ainda antes da decisão da SEC, a Chicago Board Options Exchange (Cboe) tinha informado o supervisor que já tinha aberto uma cotação para o ETF da ARK.
Além isso, esta bolsa já tem agendado o arranque de negociação para esta quinta-feira, 11 de janeiro, não só deste instrumento, mas de outros 10 ETF semelhantes, o que levou o mercado a especular que o supervisor liderado por Gary Gensler acabaria não só dar luz verde aos primeiros pedidos, como a mais de uma dezena de requerimentos. Também o terminal da Bloomberg já tinha pronto um "ticker" próprio para o ETF da ARK.
O facto de existir um ETF com exposição dieta à bitcoin, significa que há um instrumento financeiro que permite o investimento na criptomoeda de forma indireta, para investidores que não podem ou não querem aplicar o dinheiro diretamente neste criptoativo. Ou seja, o ETF pode assim atrair mais capital para o mercado.
SEC "vai investigar de forma exaustiva qualquer fraude ou manipulação no mercado"
Gary Gensler considera no comunicado que esta decisão permite uma maior proteção aos investidores, já que os emitentes destes ETF "serão obrigados a fornecer informações completas, verdadeiras e justas sobre os produtos".
"Em segundo lugar, estes instrumentos financeiros serão cotados e negociados em bolsas de valores registadas", que são "reguladas" e que "devem ter regras destinadas a evitar a fraude e a manipulação". Além disso a SEC garante que vai "acompanhar de perto" as bolsas, de forma a garantir que estão a aplicar estas regras".
O líder da SEC assegura ainda que o supervisor "vai investigar de forma exaustiva qualquer fraude ou manipulação nos mercados, incluindo esquemas que recorram às redes sociais".
Gary Gensler aproveita ainda esta nota para atacar as plataformas de criptomoedas, frisando que esta aprovação não é uma luz verde para estas entidades, até porque "na sua maioria, não estão em conformidade com as leis federais que regem valores mobiliários e muitas vezes apresentam conflitos de interesse", defende o líder da SEC.
Após o anúncio desta decisão, a bitcoin segue a valorizar 1,02% para 45.798,76 dólares.(Notícia atualizada às 10:00 horas com declarações do líder da SEC, Gary Gensler).