Notícia
Há 70 mil famílias em risco de ter taxa de esforço acima dos 50% no crédito
O governador do Banco de Portugal faz o balanço do ano e alerta que em resultado do ciclo de política monetária haverá maior aperto financeiro das famílias. O número de famílias com despesas com o crédito superiores a 50% deverá quase duplicar no final do ano.
"Cerca de 70 mil famílias poderão vir a ter despesas com o serviço do crédito à habitação permanente superiores a 50% do seu rendimento líquido", é um dos alertas deixados por Mário Centeno, governador do Banco de Portugal (BdP), na sua análise anual denominada "encruzilhada de políticas" publicada esta segunda-feira.
Apesar de algumas notas positivas, como o crescimento da economia portuguesa a convergir para as restantes da área do euro e o emprego e os salários em valores máximos, o responsável do BdP indica que "a encruzilhada traz maior aperto financeiro a famílias e empresas em resultado do ciclo de política monetária".
Tal deverá levar a uma quase duplicação do número de famílias com uma taxa de esforço no crédito superior a 50% do rendimento. "No final 2021, já eram 36 mil famílias", relembra o governador.
Ainda no crédito, o governador do Banco de Portugal, indica que "em resultado do maior peso de empréstimos a taxa fixa nos restantes países da área do euro, a média
das taxas praticadas em Portugal nos empréstimos
à habitação foi sistematicamente inferior", embora esta dinâmica se tinha invertido "desde o final de 2022", realça.
Ainda assim, ressalva Centeno, "o reforço da poupança e a redução do endividamento, bem como os apoios públicos e o papel do setor bancário na prevenção do incumprimento podem mitigar estes riscos".
O representante de Portugal no conselho de governadores do Banco Central Europeu alude ainda ao sistema bancário português mais capitalizado, com um peso dos empréstimos improdutivos no total do crédito muito próximos da União Europeia, bem como custos inferiores. "Após vários anos de margens financeiras deprimidas em virtude das baixas taxas de juro, a rentabilidade do sistema bancário restabeleceu-se", afirma também.
Mário Centeno deixa também uma nota para os bancos, relativamente à remuneração dos depósitos, afirmando que "é fundamental continuar a criar condições para estimular a poupança".
Apesar de algumas notas positivas, como o crescimento da economia portuguesa a convergir para as restantes da área do euro e o emprego e os salários em valores máximos, o responsável do BdP indica que "a encruzilhada traz maior aperto financeiro a famílias e empresas em resultado do ciclo de política monetária".
Ainda no crédito, o governador do Banco de Portugal, indica que "em resultado do maior peso de empréstimos a taxa fixa nos restantes países da área do euro, a média
das taxas praticadas em Portugal nos empréstimos
à habitação foi sistematicamente inferior", embora esta dinâmica se tinha invertido "desde o final de 2022", realça.
Ainda assim, ressalva Centeno, "o reforço da poupança e a redução do endividamento, bem como os apoios públicos e o papel do setor bancário na prevenção do incumprimento podem mitigar estes riscos".
O representante de Portugal no conselho de governadores do Banco Central Europeu alude ainda ao sistema bancário português mais capitalizado, com um peso dos empréstimos improdutivos no total do crédito muito próximos da União Europeia, bem como custos inferiores. "Após vários anos de margens financeiras deprimidas em virtude das baixas taxas de juro, a rentabilidade do sistema bancário restabeleceu-se", afirma também.
Mário Centeno deixa também uma nota para os bancos, relativamente à remuneração dos depósitos, afirmando que "é fundamental continuar a criar condições para estimular a poupança".