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Famílias tiram 100 milhões dos depósitos em setembro

O montante dos depósitos dos particulares junto da banca registou uma queda de 3,6% face ao mesmo período do ano passado. A tendência de substituição de depósitos à ordem por depósitos a prazo manteve-se.

Em Portugal, os cinco maiores bancos ganharam 3,3 mil milhões de euros em margem financeira.
João Cortesão
25 de Outubro de 2023 às 11:18
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Os depósitos das famílias junto da banca voltaram a cair em setembro, tendo-se registado uma queda de 3,6% em termos homólogos, sendo o sétimo mês consecutivo de perdas. Face a agosto, este valor representa uma queda de 100 milhões de euros, com o "stock" a totalizar 174,7 mil milhões de euros, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal (BdP).

A tendência de substituição de depósitos à ordem por depósitos a prazo manteve-se, tendo os depósitos à ordem registado uma queda de 1,7 mil milhões de euros, enquanto os depósitos a prazo aumentaram 1,5 mil milhões de euros.

Também os depósitos das empresas registaram uma queda face ao mês anterior, em concreto de 1,5 mil milhões de euros e por isso um recuo de 2,2%. Já em termos anuais, a evolução representa um crescimento anual de 0,5%.

No que diz respeito aos empréstimos, o crédito concedido às famílias caiu, tendo se registado em setembro o primeiro decréscimo em termos anuais (-0,3%) desde fevereiro do ano passado.

Recorde-se que os conceitos de termos anuais e termos homólogos não são sinónimos. A taxa de variação homóloga compara o nível de uma variável num determinado momento do tempo com o nível observado um ano antes, enquanto a taxa de variação anual também faz essa comparação, mas exclui o impacto das variações que não tenham sido motivadas por transações propriamente ditas.



Do total de crédito concedido a particulares, o montante total de empréstimos para habitação foi de 99,2 mil milhões de euros, mantendo-se inalterado face a agosto e registando uma queda de 0,7% em termos homólogos.

"Este decréscimo reflete o aumento das amortizações antecipadas e o abrandamento na procura de crédito à habitação", explica a instituição liderada por Mário Centeno.

Os empréstimos ao consumo atingiram 21 mil milhões de euros, mais 100 milhões do que em agosto. Estes empréstimos aumentaram 3,1% em relação a setembro de 2022, mas este crescimento foi inferior ao registado entre agosto de 2022 e agosto de 2023 (3,6%).

Já montante de empréstimos concedidos pelos bancos às empresas subiu 100 milhões de euros para 73,3 mil milhões de euros. Em termos homólogos, o montante destes empréstimos recuou 2,8%, evolução semelhante à observada em agosto (-2,7%).

Por dimensão das empresas, as microempresas voltaram a registar uma taxa de variação anual positiva (2,9%), enquanto pequenas, médias e grandes empresas apresentaram taxas negativas, mais acentuadas nas médias e grandes empresas (-6% e -5,9%, respetivamente).

 

Por setor de atividade, o comércio, transportes e alojamento foi o único setor com um aumento da taxa de variação anual relativamente ao mês anterior, ainda que em terreno negativo (de -2,3% para -1,8%). As indústrias e eletricidade registaram uma taxa de variação anual de -9,5%, ampliando a queda de 9,3% em agosto. Os setores da construção e atividades imobiliárias uma taxa de 1,2%, depois de subir 1,7% em agosto.

(Notícia atualizada às 11:37 horas).

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