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Banco central russo prepara corte de juro para travar "rally" do rublo

O Banco central russo reúne esta quinta-feira de emergência para travar o "rally" do rublo. Os analistas estão confiantes que pode haver um corte das taxas de juro diretoras entre 300 e 800 pontos base.

Reuters
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O Banco Central da Rússia estará a preparar um corte expressivo nas taxas de juro diretoras para conter o "rally" do rublo, depois da reunião de emergência que decorre esta quinta-feira, indicam as previsões dos analistas contactados pela Bloomberg.

 

Apesar das sanções impostas pelo Ocidente contra o regime russo, o rublo – que em fevereiro chegou a superar os 100 rublos por dólar - está a ser salvaguardado pela imposição do Kremlin que obriga as empresas exportadoras a converterem receitas em moeda estrangeira, já que Moscovo não pode aceder às reservas em moeda estrangeira congeladas por vários países, na sequência da invasão russa à Ucrânia.

 

O rublo está ainda a ser sustentado pela cedência de várias empresas europeias, que apesar dos avisos da Comissão Europeia, decidiram contornar as sanções e pagar o gás russo em rublos. Desde o início do ano, o rublo cresceu cerca de 30% face ao dólar.

 

Para abrandar este "rally", as autoridades russas decidiram no início desta semana flexibilizar as principais medidas de controlo de capital, depois de em abril o Banco Central ter reduzido duas vezes as taxas de juro diretoras, no entanto, tal parece não ter surtido efeito, já que a moeda russa já é considerada a que registou "o melhor desempenho este ano" segundo a Bloomberg, estando em máximos de 2018 face ao dólar.

 

Perante esta corrida que pode prejudicar as empresas exportadoras e as finanças públicas do país, o Banco Central russo "deverá cortar as taxas de juro diretoras em 300 pontos base" em relação aos atuais níveis: 14%, segundo antecipa a TD Securities, citada pela Bloomberg revendo assim em baixo a estimativa que apontava para uma redução de apenas 100 pontos base. 

Já a Oxford Economics vai mais longe e acredita mesmo que pode haver um corte "de 500 pontos base", reduzindo assim as taxas de juro diretoras para apenas um dígito.

 

"Não adianta convocar uma reunião de emergência e comunicá-la ao mercado, se não existe pretensão de fazer um grande corte nas taxas de juro", refere Tatiana Orlova da Oxford Economics, citada pela agência norte-americana, chegando mesmo a admitir que "nem me surpreenderia que houvesse uma redução de 700 a 800 pontos base".

 

"O ‘rally’ do rublo atingiu o limiar da dor" argumenta Dmitry Polevoy do Locko Bank, em declarações à Bloomberg. Para o especialista só uma flexibilização das medidas de controlo de capital não é suficiente para conter a escalada da moeda russa, dado que esta é impulsionada por um enorme excedente comercial.

 

Em resposta às sanções do Ocidente, o Kremlin decidiu impor medidas de controlo de capital, contrabalançadas em abril por dois cortes das taxas de juro em 300 pontos bases cada.

Ainda assim tal não foi suficiente. Esta quarta-feira, cada dólar vale 56,93 rublos, uma subida de 1,95% que mantém a moeda oficial russa em máximos de cinco anos face à nota verde. Relativamente ao euro, o rublo está a ganhar 2,58% com cada moeda única a valer 59,7325 rublos, mantendo-se assim em máximos de 2015.

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