Notícia
IMF – Rublo próximo de níveis pré-invasão
Libra derrapou face ao dólar e euro; Fed e BCE marcaram semana; Petróleo recuo após libertação de reservas; Ouro não apresentou grandes novidades
11 de Abril de 2022 às 13:30
| Libra britânica vivenciou semana de fortes quebras
A libra esterlina dominou as manchetes no que toca ao mercado cambial na última semana. A moeda britânica recuou para mínimos de março de 2020 face ao dólar norte-americano, abaixo das 1,30 libras por dólar. A contribuir para a sua desvalorização está, em boa parte, o Banco de Inglaterra, que apesar de se encontrar "à frente" dos EUA no que toca a subidas de taxas de juro, manifestou recentemente alguma cautela sobre até onde as poderá subir no futuro, refletindo o elevado nível de incerteza económica. Já a Fed, entretanto, sinalizou uma rápida série de incrementos para amparar a inflação. Para além do dólar, a libra também perdeu terreno face ao euro, numa altura em que o mercado atribui uma probabilidade cada vez mais elevada de um "aperto" mais severo da política monetária na Zona Euro, principalmente após a divulgação das minutas da mais recente reunião do BCE (ver texto abaixo para mais detalhes).
A nível técnico, o Eur/Gbp vem a lateralizar entre as £0,83 e £0,85. Recentemente o par testou o limite superior deste intervalo (que coincidiu também com a média de 200 dias), mas não obteve sucesso, realizando uma ampla correção em baixa. De momento o par segue mesmo próximo do limite inferior. Para o curto prazo a tendência é de queda, tendo o MACD invertido o sinal de compra que apresentava desde meados de março. Não obstante, o suporte das £0,83 tem provado ser robusto, pelo que poderá muito bem amparar o movimento descendente do par. Caso tal não se verifique, o par poderá ingressar numa perspetiva mais berish para o curto/médio prazo, tal como descreve para o longo prazo
| Fed e BCE prontos para remover estímulos. Eur/Usd recuou
A última semana ficou marcada pela divulgação das minutas das mais recentes reuniões da Fed e do BCE. Começando pelos EUA, as atas da instituição liderada por Jerome Powell mostraram que esta pretende começar a reduzir o volume de obrigações que detém no seu balanço a um ritmo de até 95 mil milhões de dólares/mês, de forma a "controlar" a inflação. Os membros do Comité apresentaram receios crescentes de que a inflação tenha alastrado a toda a economia, o que os convenceu não só a subir a taxa de juro de referência em 25 pontos base, mas também a comprometerem-se em mais subidas e mais aceleradas. Vários membros revelaram estar preparados para incrementos de 50 p.b. nas próximas reuniões, apesar dos riscos crescentes relacionados da guerra na Ucrânia. Já o BCE mostrou-se disponível para remover estímulos monetários, sinalizando que as condições para começar a subir as taxas de juro estão cumpridas, ou se encontram próximo de o estar. É de relembrar que a instituição concordou na última reunião em terminar o programa de compra de obrigações no terceiro trimestre. Não obstante, alguns dos membros apoiaram medidas mais agressivas, apelando por uma data mais "firme" para o término do QE, argumentando que estas cumpriram o seu objetivo e que a inflação se encontra agora em risco de ultrapassar a meta por um período prolongado.
A nível técnico, o Eur/Usd encontra-se numa posição frágil. O par não obteve sucesso ao teste que realizou aos $1,12 (38,2% de retração de fibonacci) e acabou por corrigir em baixa. O próximo suporte localizava-se nos $1,080 (23,6% de retração de fibonacci), mas na passada sexta-feira o par acabou por quebrar em baixa este importante nível. O nível psicológico poderá oferecer apoio ao par, mas ainda assim as perspetivas para o curto-prazo continuam a apontar para uma descida.
| Lockdowns na China e libertação de reservas estratégias da AIE pressionaram o petróleo
Os preços do petróleo voltaram a registar uma semana de quedas, ainda que de forma mais ligeira, desvalorizando cerca de 2%. A matéria-prima foi pressionada pelo anúncio da Agência Internacional de Energia (AIE), que decidiu libertar 120 milhões de barris de petróleo das suas reservas estratégicas, para combater a volatilidade de preços causada pela guerra na Ucrânia. Destes 120 milhões, 60 milhões a serem lançados para o mercado são dos Estados Unidos. O alargamento dos "lockdowns" na cidade chinesa de Xangai, para abrangerem 26 milhões de pessoas, para fazer face à nova onda da Covid-19 também pressionou os preços do crude. A possibilidade de a nova onda de sanções contra a Rússia pela União Europeia afete o petróleo limitou perdas mais expressivas da matéria-prima.
Tecnicamente, com as perdas das últimas semanas, o crude volta a apresentar uma perspetiva bearish para o curto-prazo, tendo falhado o teste aos $115 em finais do mês passado e seguindo a testar os $95. Os indicadores técnicos, nomeadamente o MACD, que apresenta um forte sinal de venda, também contribuiu para esta perspetiva, o que sugere que a matéria-prima poderá continuar a recuar até aos $90/barril no curto/médio-prazo.
| Ouro consolidou abaixo dos $1950/onça
Na última semana os preços do ouro registaram uma variação praticamente nula, apresentando também baixa volatilidade. Os investidores avaliam a possibilidade de uma política monetária mais agressiva por parte da Reserva Federal norte-americana. James Bullard, presidente da Fed de St. Louis, admitiu que as taxas de juro ainda necessitam de uma subida de 300 pontos base. Destaque também para as minutas da última reunião da Fed, que apontam para que a instituição comece a reduzir o volumoso número de obrigações que detém no seu balanço. Os desenvolvimentos em torno do conflito na Ucrânia também continuam a suportar os preços do ouro. Contudo, a forte valorização do dólar norte-americano limitam os ganhos do metal precioso.
Mesmo com a consolidação semanal, os preços do ouro continuam a apresentar uma perspetiva bearish para o curto-prazo, seguindo a consolidar abaixo dos $1950. Os indicadores técnicos, nomeadamente o MACD, que ainda apresenta um sinal de venda, contribuem para esta perspetiva. Deste modo, o ouro deverá realizar um teste aos $1900 no curto-prazo.
As análises técnicas aqui publicadas não pretendem, em caso algum, constituir aconselhamento ou uma recomendação de compra e venda de instrumentos financeiros, pelo que os analistas e o Jornal de Negócios não podem ser responsáveis por eventuais perdas ou danos que possam resultar do uso dessas informações. Caso pretenda ver esclarecida alguma dúvida acerca da Análise Técnica, por favor contactar a IMF ou o Jornal de Negócios.
A libra esterlina dominou as manchetes no que toca ao mercado cambial na última semana. A moeda britânica recuou para mínimos de março de 2020 face ao dólar norte-americano, abaixo das 1,30 libras por dólar. A contribuir para a sua desvalorização está, em boa parte, o Banco de Inglaterra, que apesar de se encontrar "à frente" dos EUA no que toca a subidas de taxas de juro, manifestou recentemente alguma cautela sobre até onde as poderá subir no futuro, refletindo o elevado nível de incerteza económica. Já a Fed, entretanto, sinalizou uma rápida série de incrementos para amparar a inflação. Para além do dólar, a libra também perdeu terreno face ao euro, numa altura em que o mercado atribui uma probabilidade cada vez mais elevada de um "aperto" mais severo da política monetária na Zona Euro, principalmente após a divulgação das minutas da mais recente reunião do BCE (ver texto abaixo para mais detalhes).
A nível técnico, o Eur/Gbp vem a lateralizar entre as £0,83 e £0,85. Recentemente o par testou o limite superior deste intervalo (que coincidiu também com a média de 200 dias), mas não obteve sucesso, realizando uma ampla correção em baixa. De momento o par segue mesmo próximo do limite inferior. Para o curto prazo a tendência é de queda, tendo o MACD invertido o sinal de compra que apresentava desde meados de março. Não obstante, o suporte das £0,83 tem provado ser robusto, pelo que poderá muito bem amparar o movimento descendente do par. Caso tal não se verifique, o par poderá ingressar numa perspetiva mais berish para o curto/médio prazo, tal como descreve para o longo prazo
| Fed e BCE prontos para remover estímulos. Eur/Usd recuou
A última semana ficou marcada pela divulgação das minutas das mais recentes reuniões da Fed e do BCE. Começando pelos EUA, as atas da instituição liderada por Jerome Powell mostraram que esta pretende começar a reduzir o volume de obrigações que detém no seu balanço a um ritmo de até 95 mil milhões de dólares/mês, de forma a "controlar" a inflação. Os membros do Comité apresentaram receios crescentes de que a inflação tenha alastrado a toda a economia, o que os convenceu não só a subir a taxa de juro de referência em 25 pontos base, mas também a comprometerem-se em mais subidas e mais aceleradas. Vários membros revelaram estar preparados para incrementos de 50 p.b. nas próximas reuniões, apesar dos riscos crescentes relacionados da guerra na Ucrânia. Já o BCE mostrou-se disponível para remover estímulos monetários, sinalizando que as condições para começar a subir as taxas de juro estão cumpridas, ou se encontram próximo de o estar. É de relembrar que a instituição concordou na última reunião em terminar o programa de compra de obrigações no terceiro trimestre. Não obstante, alguns dos membros apoiaram medidas mais agressivas, apelando por uma data mais "firme" para o término do QE, argumentando que estas cumpriram o seu objetivo e que a inflação se encontra agora em risco de ultrapassar a meta por um período prolongado.
A nível técnico, o Eur/Usd encontra-se numa posição frágil. O par não obteve sucesso ao teste que realizou aos $1,12 (38,2% de retração de fibonacci) e acabou por corrigir em baixa. O próximo suporte localizava-se nos $1,080 (23,6% de retração de fibonacci), mas na passada sexta-feira o par acabou por quebrar em baixa este importante nível. O nível psicológico poderá oferecer apoio ao par, mas ainda assim as perspetivas para o curto-prazo continuam a apontar para uma descida.
| Lockdowns na China e libertação de reservas estratégias da AIE pressionaram o petróleo
Os preços do petróleo voltaram a registar uma semana de quedas, ainda que de forma mais ligeira, desvalorizando cerca de 2%. A matéria-prima foi pressionada pelo anúncio da Agência Internacional de Energia (AIE), que decidiu libertar 120 milhões de barris de petróleo das suas reservas estratégicas, para combater a volatilidade de preços causada pela guerra na Ucrânia. Destes 120 milhões, 60 milhões a serem lançados para o mercado são dos Estados Unidos. O alargamento dos "lockdowns" na cidade chinesa de Xangai, para abrangerem 26 milhões de pessoas, para fazer face à nova onda da Covid-19 também pressionou os preços do crude. A possibilidade de a nova onda de sanções contra a Rússia pela União Europeia afete o petróleo limitou perdas mais expressivas da matéria-prima.
Tecnicamente, com as perdas das últimas semanas, o crude volta a apresentar uma perspetiva bearish para o curto-prazo, tendo falhado o teste aos $115 em finais do mês passado e seguindo a testar os $95. Os indicadores técnicos, nomeadamente o MACD, que apresenta um forte sinal de venda, também contribuiu para esta perspetiva, o que sugere que a matéria-prima poderá continuar a recuar até aos $90/barril no curto/médio-prazo.
| Ouro consolidou abaixo dos $1950/onça
Na última semana os preços do ouro registaram uma variação praticamente nula, apresentando também baixa volatilidade. Os investidores avaliam a possibilidade de uma política monetária mais agressiva por parte da Reserva Federal norte-americana. James Bullard, presidente da Fed de St. Louis, admitiu que as taxas de juro ainda necessitam de uma subida de 300 pontos base. Destaque também para as minutas da última reunião da Fed, que apontam para que a instituição comece a reduzir o volumoso número de obrigações que detém no seu balanço. Os desenvolvimentos em torno do conflito na Ucrânia também continuam a suportar os preços do ouro. Contudo, a forte valorização do dólar norte-americano limitam os ganhos do metal precioso.
Mesmo com a consolidação semanal, os preços do ouro continuam a apresentar uma perspetiva bearish para o curto-prazo, seguindo a consolidar abaixo dos $1950. Os indicadores técnicos, nomeadamente o MACD, que ainda apresenta um sinal de venda, contribuem para esta perspetiva. Deste modo, o ouro deverá realizar um teste aos $1900 no curto-prazo.
As análises técnicas aqui publicadas não pretendem, em caso algum, constituir aconselhamento ou uma recomendação de compra e venda de instrumentos financeiros, pelo que os analistas e o Jornal de Negócios não podem ser responsáveis por eventuais perdas ou danos que possam resultar do uso dessas informações. Caso pretenda ver esclarecida alguma dúvida acerca da Análise Técnica, por favor contactar a IMF ou o Jornal de Negócios.