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Bank of America e JPMorgan Chase cortam previsões para o euro perante medo da estagflação

A média das previsões dos analistas aponta para uma queda da moeda única para 1,10 dólares no final deste ano, abaixo da mediana de 1,12 dólares da semana passada.

Analistas e investidores vão tentar ler nas entrelinhas do discurso da presidente do BCE, Christine Lagarde, qual o futuro das taxas na Zona Euro.
Wolfgang Rattay/Reuters
31 de Agosto de 2023 às 16:58
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Vários analistas cortaram, pela primeira vez em seis meses, as previsões sobre o desempenho do euro contra o dólar, à medida que o mercado teme um cenário de estagflação e uma pausa na subida dos juros diretores nos EUA.

Várias casas de investimento, incluindo o Bank of America e o JPMorgan Chase, apontam, citadas pela Bloomberg, para uma queda do euro para a linha dos 1,05 dólares, uma queda de 4,02% face à cotação desta quarta-feira e um nível como não era visto desde o período de turbulência do setor bancário em março.

Já o BNP Paribas Asset Management vai mais longe e aponta mesmo para uma queda da moeda única para 1,02 dólares no final deste ano.

Estas reavaliações das casas de investimento surgem na mesma altura em que o Eurostat, o gabinete europeu de estatística, deu conta que a taxa de inflação na Zona Euro terá estabilizado em 5,3% em agosto, depois de três meses de abrandamento.

A inflação subjacente, que exclui produtos alimentares não transformados e energia (por estarem mais sujeitos a variações de preços), terá mantido a trajetória de abrandamento que se verificava desde abril, tendo desacelerado de 6,6% em julho para 6,2% em agosto.

Para o Bank of America, citado pela agência de informação financeira, "a principal preocupação para o euro" poderá ser a necessidade de um maior enfraquecimento da economia que arraste consigo os preços.

"A economia está claramente a enfraquecer, mas a inflação subjacente continua estagnada", frisa o estratega-chefe para o cabaz das 10 principais moedas do Bank of America.

Assim, "se o enfraquecimento que vimos até agora não for suficiente para reduzir a inflação, a economia precisa de contrair ainda mais", conclui.

As minutas da última reunião de política monetária do BCE em julho indicam que, "tendo em conta as perspetivas de inflação ainda elevada, juntamente com as previsões de crescimento mais fraco, foi também manifestado [pelos membros do conselho] a preocupação de que a economia entre numa fase de estagflação, em contraste com um cenário mais vantajoso de aterragem suave". 

Até o HSBC, uma das casas de investimento com uma das previsões mais elevadas para o euro (1,15 dólares), confessa, citado pela Bloomberg, que "está cada vez mais difícil" permanecer otimista, já que o abrandamento dos dados económicos nas últimas semanas aponta para um "desafio cíclico".

A média das previsões dos analistas – compilada pela Bloomberg – aponta para uma queda da moeda única para 1,10 dólares no final deste ano, abaixo da mediana de 1,12 dólares da semana passada.

Esta quinta-feira, o euro perde 0,7% para 1,0846 dólares. Desde o início do ano, a moeda única valoriza 1,31% contra a nota verde. 

 

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