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Os dois minutos que abalaram a bolsa chinesa

A bolsa da China continua a ser um espelho do nervosismo dos investidores em relação à segunda maior economia do mundo. Dois minutos bastaram para o índice chinês oscilar entre ganhos e perdas expressivos.

Bloomberg
18 de Maio de 2016 às 11:28
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Não é um sismo. Mas dois minutos bastaram para abalar os alicerces da bolsa chinesa. Num curto espaço de tempo, a praça chinesa oscilou entre ganhos e perdas, revelando o nervosismo dos investidores em relação à segunda maior economia do mundo.

A bolsa chinesa já habituou os investidores a reacções extremas. Mas as oscilações estão a ficar cada vez mais bruscas. Em dois minutos, o índice Hang Seng China Enterprises passou na sessão de segunda-feira de um avanço de 1%, para uma queda de 1,5%, antes de ter voltado a recuperar. Mais de 11.900 futuros para Maio do índice mudaram de mãos nestes 120 segundos, segundo a Bloomberg.

"O mercado reagiu como um gato assustado", apontou Andrew Sullivan, da Haitong International Securities à Bloomberg. "Há falta de clareza sobre o que está a acontecer na China", conclui.

Ainda que nada fizesse antecipar estas fortes oscilações, a operadora da bolsa de Hong Kong garantiu que não foram monitorizadas quaisquer erros nas transacções, adiantou uma porta-voz da operadora à agência de notícias.

Estas oscilações surgem depois do índice ter entrado numa correcção técnica, ao cair mais de 10% desde o último máximo. No acumulado do ano desce 13%, registando um dos piores desempenhos a nível global.

Ainda que não com a mesma intensidade, a bolsa chinesa tem vivido vários períodos de grande volatilidade, marcados por oscilações fortes em poucos minutos. Depois da introdução dos mecanismos de suspensão da negociação no início deste ano foram várias as sessões em que em menos de meia hora os índices tombaram mais de 7%, levando mesmo a que as autoridades desistissem destes mecanismos.

Investidores preocupados

A volatilidade confirma as preocupações de grandes investidores mundiais, que têm vindo a alertar para os riscos da economia chinesa. Vários conhecidos investidores têm vindo a alertar para o elevado endividamento da China e para uma travagem brusca no país.

A BlackRock alertou esta terça-feira, 17 de Maio, que "todos temos que estar preocupados" com o nível de endividamento da China. Para a gestora é melhor um crescimento mais modesto, mas com menos dívida.

Antes da gestora também George Soros  tinha avisado para os riscos na economia chinesa, estabelecendo paralelos com a crise financeira de 2008. O investidor destaca que "grande parte do dinheiro que os bancos estão a emprestar serve para manter crédito malparado e empresas deficitárias em funcionamento" e acredita que é "praticamente inevitável" uma travagem brusca na China.

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