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Navigator rouba lugar à Semapa entre as preferidas para o BPI
O BPI reviu a sua lista de cotadas preferidas. Incluiu uma espanhola e retirou a Semapa para dar lugar à Navigator.
"O EBITDA da Semapa e da Navigator deve ser conduzido pela melhoria dos preços do papel na Europa, mas o desempenho da acção da Semapa desde o pico de Janeiro reduziu o desconto do NAV [valor líquido dos activos] para os níveis médios históricos, levando-nos a preferir a Navigator para beneficiar do momento" no sector do papel, explicam os analistas do BPI numa nota publicada na quarta-feira, 14 de Fevereiro.
A beneficiar a Navigator estará assim a subida dos preços do papel na Europa. "Os novos projectos (expansão da pasta na Figueira da Foz e da fábrica de ‘tissue’ em Cacia), conjugado com preços do papel UWF favoráveis devem mais do que ofuscar o [impacto] negativo do dólar e levar a um crescimento de dois dígitos do EBITDA em 2018-2019", salientam os analistas.
Além disso, a empresa liderada por Diogo da Silveira, tem "uma história atractiva de dividendos".
Quanto à expectativa em torno de um dividendo extraordinário, criada após a venda do negócio de pellets nos EUA, a empresa já deixou claro aos analistas que não tem como objectivo distribuir parte deste encaixe. Diogo da Silveira salientou, durante uma conversa com analistas, que "a decisão sobre dividendos cabe aos accionistas", mas acrescentou que o entendimento da administração da Navigator "é que a política de dividendo seja independente" da venda dessa operação.
A Semapa sai assim da lista onde se encontrava desde 27 de Novembro, tendo registado neste período um desempenho de 14%, o que compara com uma subida de 6% da média da lista das cotadas preferidas, realça o BPI.
Nesta lista, mantém-se a Sonae SGPS, sendo esta cotada "a nossa aposta" numa óptica macro em Portugal, salienta o BPI. "Com mais de 90% das vendas no país, a empresa deve beneficiar do momento positivo no consumo, imobiliário e turismo", adianta. A beneficiar a Sonae está o facto de as perspectivas para o sector do retalho alimentar "continuarem sólidas". Além disso, a parceria com a JD Spor "deve ter um impacto relevante" nos resultados. O BPI adianta ainda que "é possível que surjam uma nova reestruturação no negócio não-alimentar".
A outra novidade da lista, é a entrada da Inditex, com o BPI a ver "uma oportunidade" de investimento na queda recente das acções da dona de marcas como a Zara, tratando-se de uma empresa com um "crescimento de qualidade".
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.