O sector financeiro português poderá superar, este ano, o desempenho dos congéneres dos países periféricos. Isto caso Portugal consiga regressar aos mercados de capitais de uma forma sustentável, defende o analista Roger Francis, do japonês Mizuho.

Se Portugal conseguir manter o actual “momentum”, a dívida soberana deve ser reavaliada, com efeito positivo no sector financeiro, considera o responsável, em entrevista à Bloomberg. Acrescenta que o BES e a CGD estão entre os bancos com maior probabilidade de terem uma evolução mais positiva que os congéneres.

Anda assim, o analista considera que os bancos portugueses vão continuar a enfrentar problemas ao nível do crédito malparado.

Já em Outubro, após a emissão de dívida do BES, Roger Francis considerou que a operação era “sintomática da melhoria nas condições do mercado ao longo dos últimos meses e a confiança crescente entre os investidores não é apenas uma melhoria temporária.”

O BES foi o primeiro a emitir dívida nos mercados financeiros, tendo posteriormente sido seguido pela CGD. Entretanto, na semana passada, Portugal foi ao mercado financiar-se em 2,5 mil milhões de euros, a três anos, tendo pago um juro inferior a 5%. Esta foi a primeira emissão de dívida de longo prazo desde que o País pediu ajuda financeira.

E já esta quarta-feira, o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, afirmou que “é apropriado discutir a saída do programa e a recuperação do acesso aos mercados", ainda que considere “prematuro” dizer que a crise está ultrapassada.