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Haitong dá potencial de desvalorização à Jerónimo Martins com corte do preço-alvo

Os analistas do Haitong reduziram o preço-alvo para as acções da Jerónimo Martins para 16 euros e mantiveram a recomendação "neutral". Para o primeiro trimestre, antecipa um crescimento das vendas de 9%.

Miguel Baltazar
30 de Março de 2017 às 10:16
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Os analistas do Haitong cortaram o preço-alvo para as acções da Jerónimo Martins de 16,20 euros para 16 euros, para reflectir, essencialmente, a revisão em baixa das estimativas da margem EBITDA de longo prazo da polaca Biedronka, cujo aumento estimado de 2% nas vendas, este ano, deverá ser anulado pela subida dos custos operacionais. A recomendação mantém-se em neutral.

Tendo em consideração a cotação actual (16,335 euros), a avaliação dos analistas do Haitong atribui um potencial de desvalorização aos títulos de 2%.

Na nota de análise em que actualiza as suas estimativas para a retalhista portuguesa, antes da apresentação de contas do primeiro trimestre, a 20 de Abril, o Haitong melhora em 1 ponto percentual o LfL (crescimento das vendas comparáveis) na Polónia para 6%, por considerar que as retalhistas tiveram um bom início de ano.

No que respeita à Ara, na Colômbia, os analistas aumentaram as suas estimativas de perdas para os próximos três anos, num média de 9 milhões de euros, de forma a alinhar os números com a estratégia do grupo de entrar rapidamente em novas regiões.

"No geral, o impacto nas suas estimativas de lucros por acção para os próximos três anos foi quase nulo (um corte de 1% nas estimativas para 2017) enquanto o nosso preço-alvo foi reduzido em 0,20 euros para 16 euros", resume o Haitong.

Na nota de análise, assinada por Filipe Rosa, o banco de investimento prevê ainda que os lucros da Jerónimo Martins cresçam 2%, no primeiro trimestre deste ano, em termos homólogos, penalizados por um efeito de calendário nas vendas de 2% e pelo aumento dos prejuízos da Ara.

Em Portugal, os analistas acreditam que a Recheio vai continuar a ter um melhor desempenho do que o Pingo Doce, com as vendas comparáveis a crescerem 3,2% no primeiro caso, e a recuarem 0,3%, no segundo. No geral, as vendas deverão aumentar 9% face aos primeiros três meses de 2016.

No passado dia 22 de Fevereiro, o grupo de distribuição liderado por Pedro Soares dos Santos anunciou que obteve, no exercício de 2016, um resultado líquido de 593 milhões de euros (um crescimento de 78% face ao ano de 2015) e que espera investir 700 milhões de euros este ano. 

Nesta altura, as acções da Jerónimo Martins ganham 0,62% para 16,335 euros. 

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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