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CaixaBI vê lucros da Sonae a tombar 90% por ausência de ganhos não-recorrentes

A unidade de investimento da Caixa Geral de Depósitos estima que os lucros da Sonae tenham tombado 93,5% para 2 milhões de euros no primeiro trimestre comparando com o período homólogo de 2016. Ausência de ganhos não recorrentes penaliza contas, estimam os analistas.

Paulo Duarte
15 de Maio de 2017 às 19:19
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O CaixaBI estima que o resultado líquido depois de interesses minoritários da Sonae tenha sofrido uma forte descida nos três primeiros meses do ano, dada a ausência de ganhos não-recorrentes. O lucro da retalhista, de acordo com uma nota a que o Negócios teve acesso, deve ter caído 93,5% para dois milhões de euros no primeiro trimestre comparando com o mesmo período do ano passado.

O EBITDA (ou resultado antes de juros, impostos, amortização e depreciação) subjacente terá crescido 17,4% para 54 milhões de euros. E a margem de EBITDA ficou nos 4,2%. Porém, as contas do primeiro trimestre do ano passado apresentavam um EBITDA não-recorrente de 35 milhões de euros. No período homólogo deste ano o efeito desta componente é zero, estimam os analistas.

As vendas da Sonae, segundo a nota, alcançaram os 1.276 milhões de euros no primeiro trimestre. Este valor representa uma subida de 5% face ao período do ano passado. "Esta evolução positiva deve ser sobretudo atribuída à expansão da área de vendas da Sonae MC durante os últimos 12 meses, que foi baseado sobretudo na abertura de lojas Continente Bom Dia", avança a nota.

"Na ausência de ganhos não recorrentes, o resultado líquido trimestral deve estar próximo dos dois milhões de euros", pode ler-se ainda no documento, contrastando com os 30 milhões de euros de lucros de há um ano.

Em jeito de comentário, o CaixaBI refere que: "Normalmente, o primeiro trimestre de cada ano é operacionalmente suave para a Sonae e a actividade do primeiro trimestre deste ano foi confrontada com o efeito adverso do calendário".

No primeiro trimestre do ano, as contas das retalhistas pode ser penalizadas uma vez que se trata do período posterior ao Natal, época tradicionalmente mais forte para o sector. Além disso, este ano, a Páscoa foi em Abril, incidindo assim no segundo trimestre do ano, o que pode ter efeito também para as retalhistas.

"Apesar disso, a companhia tem estado a expandir a sua rede de lojas de conveniência e isso deve levar a um crescimento favorável dos números das vendas no trimestre, embora com um impacto limitado".

A Sonae SGPS é dona da Sonae MC (que agrega o retalho alimentar e negócios associados do Continente, Bom Dia, Meu Super, Well’s e Note!), da Sonae SR (com o retalho não alimentar da Worten, Sport Zone, Mo, Zippy, e a grossista espanhola Losan), a Sonae Sierra (promoção e gestão de centros comerciais), a Sonae RP (gestão de imobiliário de retalho), a Nos (telecomunicações), a Sonae IM (tecnologias de informação, como a Wedo e Saphety) e Sonae FS (serviços financeiros e cartão Universo).

A empresa apresenta resultados na próxima quinta-feira, 18 de Maio.

NotaA notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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