Notícia
BPI corta preço-alvo da Jerónimo Martins para 16,40 euros
Os analistas do BPI estão positivos para a evolução da actividade na Polónia, mas acreditam que as perdas dos novos negócios vão penalizar a evolução dos lucros este ano.
O BPI decidiu cortar o preço-alvo para as acções da Jerónimo Martins em 3,5%, de 17 para 16,40 euros, para acomodar um capex mais elevado (na Polónia e Colômbia) e uma margem menor na Polónia. A recomendação mantém-se em "neutral".
Apesar da descida, o novo target ainda atribui aos títulos da retalhista um potencial de valorização de 3,4%, tendo em conta a cotação actual (15,855 euros).
Numa nota de análise, a que o Negócios teve acesso, os analistas do BPI mostram-se positivos para a evolução da actividade do grupo na Polónia, embora considerem que as perdas dos novos negócios – Ara e Hebe – deverão penalizar a evolução dos lucros por acção em 2017.
"Esperamos fundamentos sólidos na indústria de retalho na Polónia e que a Jerónimo Martins mantenha uma evolução estável", refere o BPI. "Uma postura positiva em relação aos fundamentos sólidos tem sustentado uma avaliação elevada, mas vemos uma evolução mais suave dos lucros por acção em 2017, ligada às perdas dos novos negócios".
O BPI concretiza que o ambiente de consumo na Polónia, onde a Jerónimo Martins opera através da Biedronka, continua "atractivo", devendo sustentar um forte LfL (crescimento das vendas comparáveis) em 2017, ainda que a alavancagem operacional possa ser condicionada pelo aumento das despesas operacionais em curso.
Lembrando o interesse do grupo liderado por Pedro Soares dos Santos na Roménia, os analistas sublinham ainda que uma possível aquisição/entrada no mercado "apresenta alguns riscos".
Recentemente, também o CaixaBI cortou a recomendação para a Jerónimo Martins de "acumular" para "neutral" e o preço-alvo de 16,30 para 16 euros, na sequência da revisão das estimativas, após a apresentação dos resultados relativos ao ano passado.
No passado dia 22 de Fevereiro, o grupo de distribuição anunciou que obteve, no exercício de 2016, um resultado líquido de 593 milhões de euros (um crescimento de 78% face ao ano de 2015) e que espera investir 700 milhões de euros este ano.
As acções da Jerónimo Martins descem 0,19% para 15,855 euros.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.