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Wall Street recupera da maior queda em dois anos

Os três principais índices norte-americanos abriram em alta, corrigindo parcialmente da forte queda de ontem. Os bons resultados de algumas cotadas estão a impulsionar Wall Street.

Bloomberg
25 de Fevereiro de 2020 às 14:39
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As bolsas norte-americanas arrancaram esta terça-feira, 25 de fevereiro, em terreno positivo, após o forte "sell off" registado na sessão de ontem. São os bons resultados de algumas cotadas que estão a impulsionar Wall Street.

Após a sua pior sessão em dois anos, o Dow Jones sobe 0,65% para os 28.141,02 pontos, o S&P 500 valoriza 0,64% para os 3.246,74 pontos e o Nasdaq avança 0,94% para os 9.305,08 pontos. Apesar desta ligeira correção, o Dow Jones e o S&P 500 continuam com saldo negativo em 2020, ao contrário do Nasdaq que soma uma valorização de 3,8% desde o arranque do ano.

Esta segunda-feira as bolsas mundiais, incluindo Wall Street, caíram a pique, como não acontecia há alguns anos, por causa da aversão ao risco dos investidores num dia marcado por notícias de mais infetados e de mortes causadas pelo coronavírus Covid-19 fora da China. 

Uma pausa ou uma recuperação após a maior queda diária desde 2018 não seria estranha a Wall Street. De acordo com a MarketWatch, que cita dados da Dow Jones Market Data, nas últimas dez vezes que o S&P 500 desvalorizou 3%, por exemplo, a sessão seguinte registou uma queda de apenas 0,27% em média. 

Os movimentos irregulares do mercado, tal como descreve a Bloomberg, sugerem que os investidores continuam sem conseguir avaliar de forma precisa o impacto do vírus na economia mundial.

"Os mercados estão a voar às cegas com este vírus e como as coisas vão desenrolar-se a partir daqui", refere Peter Boockvar, analista do Bleakley Financial Group, à Bloomberg. Para o analista só há duas certezas: o vírus terá um impacto económico "profundo" a nível mundial e irá eventualmente desaparecer, levando à recuperação da economia e dos mercados. "O que acontecerá entre esses dois estados é impossível de dizer", remata. 

Entre as cotadas, o destaque vai para a retalhista Home Depot que apresentou resultados acima do esperado e aumentou o dividendo em 10%, levando as ações a negociar em alta (+2,5%). Os títulos da Macy's sobem mais de 5% após a empresa ter anunciado uma queda das vendas mais pequena do que o esperado.

Também em alta está a HP (+4%) no dia em que dois membros do conselho de administração deixaram em aberto a possibilidade de uma fusão com a Xerox numa conference call em antecipação da divulgação dos resultados da empresa. Desde novembro que a Xerox, cujas ações sobem mais de 2%, tem tentado forçar o negócio de 35 mil milhões de dólares.

Com o agravamento da situação do coronavírus a nível internacional, as empresas continuam a ajustar as suas expectativas. A norte-americana United Airlines deixou de dar garantias sobre o lucro que tinha previsto, referindo o impacto financeiro do coronavírus. Já a também norte-americana Mastercard reviu em baixa a previsão de crescimento da receita no primeiro trimestre, levando à queda das ações (-1,5%).

Um dos eventos importantes do dia será o discurso do vice-presidente da Reserva Federal norte-americana, Richard Clarida, uma vez que os investidores voltam a especular sobre uma possível descida dos juros diretores. Ontem os juros das obrigações norte-americanas voltaram para perto de mínimos.
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