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Wall Street fecha semana com fortes perdas. Inflação e consumo pressionam
Os principais índices foram penalizados pelos receios económicos, depois de dados que revelaram uma inflação acima do esperado e uma fraca despesa do consumidor antes da entrada em vigor das anunciadas tarifas de Trump. As "mecagaps" foram as mais penalizadas.
As ações dos EUA desceram na última sessão da semana, fortemente penalizadas pelos fracos dados do consumo e pelos receios de que a inflação volte a acelerar com a intensificação da guerra comercial.
O S&P recuou 1,90% para 5.585,31 pontos na penúltima sessão do trimestre, que deverá ser o pior para o índice desde 2022. Já o Dow Jones recuou 1,69% para 41.583,90 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq foi o mais castigado, ao descer 2,70% para 17.322,99 pontos.
O sentimento negativo agravou-se depois de dados que revelaram uma queda da confiança do consumidor e uma subida das expectativas de inflação de longo prazo.
Antes, um outro conjunto de dados revelou que a despesa do consumidor foi fraca e que o indicador de inflação preferido da Reserva Federal (Fed) ficou acima das expectativas, num momento em que os mercados se preparam para o impacto da entrada em vigor das tarifas recíprocas e sobre o setor automóvel, prometidas por Trump para o início de abril.
A inflação medida pelo índice de preços de despesas no consumo pessoal (PCE) foi de 0,4% em fevereiro, excluindo as categorias mais voláteis dos alimentos e energia. Já em termos homólogos, a inflação PCE situou-se nos 2,8%.
Com os preços ainda elevados, é pouco provável que a Reserva Federal (Fed), que tem como alvo uma inflação de 2%, avance em breve para novas reduções das taxas de juro, o que poderia dar um impulso à economia norte-americana.
A maior preocupação, diz Bret Kenwell da eToro à Bloomberg, é que a inflação continue elevada e que a economia abrande – um cenário conhecido como "estagflação".
"Embora esse risco possa não ser o cenário base por agora, qualquer tração que ganhe vai pesar no sentimento do consumidor", assinala. "Mas a não ser que haja uma maior deterioração da economia, é demasiado cedo para entrar no barco da estagflação".
As "megacaps" – as empresas de maior capitalização bolsista – afundaram, com a Amazon.com Inc. e a Alphabet Inc. a descerem mais de 4%. Entre os principais movimentos, a Lululemon Athletica tombou quase 15% depois de ter divulgado um "outlook" pessimista e ter manifestado receios sobre o consumo.