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Wall Street em baixa com incertezas sobre taxas de juro

Os principais índices das bolsas norte-americanas desvalorizaram, pressionados pelo facto de os juros da dívida soberana em máximos de quatro semanas.

DR
29 de Maio de 2024 às 21:30
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Wall Street fechou no vermelho, numa altura em que os investidores estão preocupados com o aumento das "yields" da dívida soberana dos EUA e equacionam quando e como a Reserva Federal (Fed) norte-americana vai proceder ao alívio da política monetária restritiva. Os juros da dívida dos EUA a 10 anos aumentaram para 4,6%, atingindo assim máximos de quatro semanas.

No Livro Bege divulgado esta quarta-feira pela Fed, o banco central norte-americano identificou uma "economia em contínua expansão" nas últimas seis semanas. No entanto, este crescimento foi acompanhado por um aumento da inflação, embora de forma "moderada", com os "consumidores a retraírem-se em relação às subidas extraordinárias de preços, o que levou a uma diminuição das margens de lucro" das empresas.

O índice de referência S&P 500 desvalorizou 0,74% para 5.266,95 pontos, enquanto o industrial Dow Jones recuou 1,06% para 38.441,54 pontos. Já o Nasdaq Composite, depois de ter atingido máximos históricos e ter ultrapassado, pela primeira vez, a marca de 17.000 pontos na sessão de terça-feira, retraiu 0,58% para 16.920,58 pontos.

As ações da Nvidia valorizaram 0,81% para 1.148,25 dólares, depois de terem navegado por terreno negativo no início da sessão. A gigante tecnológica continua o seu "rally" nas bolsas norte-americanas ao crescer em todas as sessões desde que apresentou resultados na semana passada. A valorização desde essa data já chega quase aos 20%.

A beneficiar de bons resultados trimestrais está ainda a Dick’s Sporting Goods, que chegou a escalar mais de 16% durante a negociação desta quarta-feira. As vendas da empresa de retalho desportivo aumentaram 5,3% no primeiro trimestre do ano, um número muito acima do esperado pelos analistas, que se fixava nos 2,4%. O grupo encerrou a sessão a valorizar 15,91% para 226,03 dólares.

Em contraciclo esteve a American Airlines, que chegou a cair mais de 15% depois de ter diminuído o seu "guidance" para o segundo trimestre do ano. A empresa de aviação fechou a negociação a desvalorizar 13,54% para 11,62 dólares e arrastou consigo outros grupos do mesmo setor, como é o caso da Southwest Airlines, que derrapou 3,81% para 25,51 dólares.

Apesar de as duas primeiras sessões desta semana terem encerrado no vermelho (na segunda-feira, as bolsas norte-americanas estiveram fechadas devido ao "Memorial Day"), os principais índices de Wall Street devem acabar o mês com ganhos notáveis. Enquanto o S&P 500 já cresceu quase 5% em maio, o Nasdaq Composite já disparou quase 8%. Com um avanço mais tímido, o Dow Jones subiu 1,5%.

Os investidores esperam agora pela divulgação do índice de preços nas despesas de consumo das famílias (PCE) nos EUA – conhecido como o indicador favorito de inflação da Fed -, sendo esperado que se mantenha em 2,7%. Os dados vão ser conhecidos na sexta-feira e podem vir a alimentar a esperança – ou não – de uma flexibilização da política monetária por parte do banco central norte-americano ainda este ano.

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