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Wall Street em alta leva S&P 500 e Nasdaq a assinalarem a melhor semana do ano
Antes de um muito aguardado encontro da Reserva Federal norte-americana, os investidores focaram-se num cenário de corte de juros em 50 pontos base. As cinco sessões consecutivas em alta deram a melhor semana do ano ao S&P 500 e Nasdaq Composite.
Depois de terem sido conhecidos os números da inflação e dos preços no produtor nos EUA de agosto, que ficaram em linha com o esperado, o anterior presidente da Reserva Federal de Nova Iorque Bill Dudley voltou a colocar o cenário de um corte em 50 pontos base pelo banco central norte-americano em cima da mesa.
A probabilidade de uma descida desta dimensão pulou de 28% esta quinta-feira para 47% hoje, de acordo com a ferramenta da CME FedWatch, citada pela Reuters.
O S&P 500 ganhou 0,54% para 5.626,02 pontos, a cerca de 1% de máximos históricos. Já o Nasdaq Composite avançou 0,65% para 17.683,98 pontos. O industrial Dow Jones somou 0,72% para 41.939,78 pontos.
Um corte das taxas em 25 pontos base estava dado como praticamente certo, "mas depois um conjunto de artigos foram publicados no Wall Street Journal e no Financial Times que sugerem que uma descida em 50 pontos ainda está em cima da mesa, o que levou os mercados a reavaliarem as suas expectativas", refere uma nota do Deutsche Bank, vista pelo Negócios.
"Os mercados querem que o Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) reduza rapidamente as taxas de juro e continue a combater o risco de uma recessão. A reunião é um evento de risco e continuará a sê-lo, independentemente da flexibilização em 25 ou 50 pontos base na próxima semana", acrescentou à Reuters Bob Savage, diretor de estratégia de mercados do BNY Mellon.
Entre os principais movimentos de mercado, a Boeing perdeu 3,69%, depois de os trabalhadores de uma fábrica na costa Este dos Estados Unidos terem entrado em greve, após terem rejeitado uma proposta da empresa.
Ainda pela negativa, a Adobe foi a que mais caiu no S&P500, ao desvalorizar 8,47%, após ter revisto em baixa as perspetivas de lucros para o quarto trimestre, ao passo que a Moderna caiu 2,01%, ainda penalizada por previsões de vendas para 2025 muito abaixo das expectativas do mercado e um adiamento do "break-even" em dois anos, o que levou pelo menos três casas de investimento a reduzir o preço-alvo da farmacêutica.
Do lado oposto, a Oracle subiu 0,4%, depois de ter aumentado as perspetivas de receitas para o ano fiscal de 2026.
Os investidores viram agora atenções para o encontro de dois dias da Reserva Federal, na próxima terça e quarta-feira, à medida que continuam à procura de pistas sobre qual a dimensão de uma descida das taxas diretoras que é vista como praticamente garantida.