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Tecnologia volta a impactar Wall Street e põe travão no "rally"
As principais bolsas em Wall Street terminaram a sessão em terreno negativo, afetadas por um "sell-off" das ações de tecnologia. Além disso, os mais recentes dados económicos apoiam uma posição cautelosa da Reserva Federal quanto a futuros cortes das taxas de juro.
Wall Street travou e interrompeu o "rally" recente, que levou a que ontem o S&P 500 e o Dow Jones terminassem a sessão em máximos históricos. Esta quarta-feira, as bolsas do lado de lá do Atlântico foram impactadas por uma liquidação das ações ligadas à tecnologia, com o índice que agrega as "sete magníficas" a deslizar mais de 1%.
A par da nuvem negra das tecnológicas, os investidores reagiram também aos mais recentes dados relativos à economia norte-americana, que deram conta de um abrandamento trimestral no indicador favorito da Reserva Federal para avaliar a inflação, o PCE, o índice de preços das despesas de consumo das famílias.
Contudo, em outubro, a inflação PCE subjacente - que exlcui as categorias voláteis dos alimentos e energia - acelerou para 2,8% em termos homólogos, ficando em linha com as expectativas.
Também o PIB dos EUA registou um crescimento de 2,8% nos meses de verão. Estes dois dados apoiam os comentários de vários governadores da Fed, que acreditam que não há pressa em cortar os juros diretores para já, pelo menos enquanto o mercado de trabalho norte-americano se mantiver firme.
Para Bret Kenwell, da eToro, citado pela Bloomberg, a inflação tem estado a evoluir na direção desejada, mas se não continuar, poderá forçar os investidores a reavaliarem as apostas em futuros cortes nas taxas.
O S&P 500 recuou 0,38% para 5.998,34 pontos, enquanto o Dow Jones Industrial Average cedeu 0,31% para 44.722,06 pontos. Já o Nasdaq foi o maior perdedor: desvalorizou 0,6% para 19.060,48 pontos.
Entre os principais movimentos de mercado, a Nvidia perdeu quase 2%, a Tesla cedeu 1,6%, a Amazon recuou 1% e a Meta Platforms desvalorizou 0,8%.
Queda maior registaram a Dell Technologies e HP, em 12,25% e 11,36%, respetivamente, depois de terem apresentado resultados trimestrais que desapontaram os investidores. Já a CrowdStrike afundou 4,6% após ter avançado com um "guidance" para o resto do ano mais fraco do que o previsto.
"O colapso na tecnologia é uma preocupação que se vai estender a 2025", disse Jonathan Krinsky da BTIG à Bloomberg.