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Pequenos investidores acusam Semapa de avaliar Navigator acima da OPA apesar do aval à oferta
A Maxyield argumenta que a avaliação feita pelo conselho de administração em relação à avaliação da Semapa é incongruente.
O conselho de administração da Semapa aconselhou os investidores a venderem na OPA lançada pela família Queiroz Pereira sobre o capital que não detém da empresa e classificou a operação como "oportuna". Uma leitura que, segundo a Maxyield, não bate com a avaliação relativa aos negócios da empresa realizada no relatório e contas de 2020, aprovado no final da semana passada.
"Foram evidentes as dificuldades do Conselho de Administração para justificar esta diferença (de valores), tendo-se refugiado em questões contabilísticas", adianta a Maxyield num comunicado a que o Negócios teve acesso, no qual este grupo de pequenos investidores comenta a Assembleia Geral de Acionistas que teve lugar no passado dia 30 de abril. "Esta situação é particularmente relevante para avaliar as incongruências do valor da oferta da Sodim na OPA à Semapa, pois a sua Comissão Executiva integra igualmente o Conselho de Administração da Navigator", acrescenta a associação.
Para justificar a sua oposição aos 12,17 euros, valor que inclui os 51,2 cêntimos que vão ser pagos em dividendo antes do fim da oferta, oferecidos na OPA, a Maxyield nota ainda que "o modelo de negócio da Semapa integra perspetivas de desenvolvimento e expansão que garantem a manutenção do elevado nível de rentabilidade dos seus capitais próprios, que se encontra estabilizada em torno de 12% após imposto".
"O valor atribuído pela Sodim à Semapa é de 990 milhões de euros, muito inferior ao justo valor dos investimentos da Semapa na Navigator, na Secil e na ETSA, as suas subsidiárias nos negócios da pasta e do papel, do cimento e do ambiente, sendo que o consenso dos analistas apresenta um price target de 17,3 euros, que corresponde a 1.406,5 milhões de euros", remata a Maxyield.