Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Mota-Engil em máximos de um mês depois do plano estratégico

A Mota-Engil tocou esta quinta-feira em máximos de um mês depois de ter sido anunciado o plano estratégico Step Up 2020, que prevê um maior equilíbrio entre as três regiões em que o grupo está presente.

O Haitong avalia as acções da Mota-Engil em 2,00 euros, o que implica um potencial de valorização 40%. A recomendação é de neutral.

O banco de investimento assinala que a Mota-Engil expandiu a sua actividade para África e América Latina, que são agora os seus mercados mais importantes. No final do primeiro semestre a construtora tinha uma carteira de encomendas de 4,6 mil milhões de euros, com a o mercado europeu a ter um peso de apenas 20%. O Haitong estima que a dívida líquida de 1,5 mil milhões de euros desça nos próximos tempos devido à venda da Ascendi. “Contudo, a companhia ainda não conseguiu atingir um crescimento orgânico no seu ‘cash flow’ de forma a mostrar que pode reduzir a alavancagem de uma forma sustentada”, refere o Haitong, assinalando que apesar do potencial de valorização, a recomendação é neutral devido à “necessidade de uma maior clareza sobre as encomendas em África”.
Bruno Simão
  • ...

As acções da Mota-Engil terminaram a sessão a subir 3,26% para 1,772 euros. Ainda assim, durante a sessão o título chegou a avançar 3,44% para 1,775 euros, o que representa o valor mais elevado desde 12 de Setembro. Esta quinta-feira, 13 de Outubro, trocaram de mãos mais de 1,5 milhões de acções quando a média diária dos últimos seis meses é de perto de 360 mil acções. Desde o início do ano, o título já perdeu 7,9%. A capitalização bolsista da Mota-Engil é de 421,1 milhões de euros.

 

Esta evolução das acções da construtora liderada por Gonçalo Moura Martins (na foto) teve lugar no dia em que foi revelado o plano estratégico Step Up 2020. A Mota-Engil tem como objectivo para 2020 atingir um volume de negócios de 4 mil milhões de euros. Este valor representa uma taxa de crescimento de 11% ao ano.

Esse aumento do volume de negócios está, contudo, condicionado à verificação de um conjunto de condições como a retoma das economias africanas ou a recuperação do preço das commodities. Entre os objectivos assumidos no plano conta-se a geração de cash flow acumulado no período 2016-2020 de mais de 1.000 milhões de euros.

No documento apresentado esta quinta-feira, o grupo assume ainda a prioridade para a redução nominal da dívida líquida, mas não avança valores. Além do reforço da estrutura de capitais, sublinha que "em 2020 a dívida líquida tentativamente deverá apenas financiar fundo de maneio, negócios não construção e participações financeiras em concessões de infra-estruturas".

Os objectivos da Mota-Engil para 2020 passam também pela manutenção da margem EBITDA em cerca de 15% e pela redução do peso dos custos de estrutura no volume de negócios para 3% com a optimização da estrutura organizativa.


Os analistas consideram, contudo, que este plano é "optimista". "No geral, as metas para 2020 estão acima do nosso cenário de base em termos de actividade operacional", lê-se na nota de análise do BPI publicada esta quinta-feira e a que o Negócios teve acesso. O EBITDA, por exemplo, fica 51% acima das previsões.

Pelo contrário, as estimativas da empresa liderada por Gonçalo Moura Martins para a geração de cash flow estão "ligeiramente abaixo dos nossos números", acrescenta a unidade de investimento do BPI.


Também o Haitong destaca o "optimismo" das previsões da construtora e diz que, por agora, vai manter as suas estimativas. Estas podem vir a ser melhoradas "se tivermos sinais de que a empresa pode alcançar as suas metas de cash flow e EBITDA".


"Recordamos que no anterior plano da Mota-Engil (ambição 2.0) as metas também estavam acima do que efectivamente aconteceu, já que o objectivo era um EBITDA de 450 milhões de euros para 2015, que afinal foi de 368 milhões", refere o Haitong, numa nota divulgada esta manhã.

 

"Achamos que as metas na indústria da construção devem ser vista com cautela, pois a empresa é dependente de adjudicações que podem não acontecer ou ser adiadas, e essas adjudicações também estão dependentes da saúde financeira dos governos (já que a Mota-Engil está principalmente envolvida em obras públicas)", acrescenta o banco de investimento.

Ver comentários
Saber mais Gonçalo Moura Martins Mota-Engil construção plano estratégico
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio