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Mexia aproveita queda pós-Trump da EDP para comprar acções
O presidente executivo da EDP adquiriu 10 mil acções na passada quinta-feira, dia em que a eléctrica afundou 5%. O CEO ficou com 0,000024887% da eléctrica. Um dia depois, reforçou outro administrador.
António Mexia reforçou a sua posição accionista na EDP, como indica um comunicado à CMVM: "O presidente do conselho de administração executivo Dr. António Luís Guerra Nunes Mexia informou a EDP de que, no passado dia 10 de Novembro de 2016, adquiriu em bolsa 10.000 acções representativas do capital social da EDP, pelo preço de 2,789 euros por acção".
O investimento feito pelo presidente executivo da eléctrica nacional ascende a 27,9 mil euros e faz com que Mexia passe a deter 91.000 acções da EDP. Contudo, esta é uma participação muito residual da sociedade que tem mais de 3,6 mil milhões de títulos representativos do seu capital: representa 0,000024887% do total.
A compra do bloco de acções pelo gestor foi concretizada a 10 de Novembro, dia em que as acções da EDP deslizaram 4,96% para 2,699 euros. A aquisição foi feita abaixo dos 2,84 euros a que os títulos tinham encerrado no dia anterior mas acima dos 2,699 euros de fecho daquela sessão.
Aquele dia foi marcado pela reacção negativa das acções da eléctrica nacional à eleição do republicano Donald Trump para presidente dos Estados Unidos da América, sobretudo devido à sua participada EDP Renováveis, que tem grande parte da sua actividade exposta ao mercado norte-americano. A justificação é a de que Trump não aposte em energias consideradas limpas, como as produzidas pela Renováveis.
Mexia não foi o único administrador da eléctrica a aproveitar esta desvalorização das acções. O responsável financeiro Rui Lopes Teixeira investiu 2,7 mil euros na compra de 1.000 títulos (a 2,079 euros por acção), ficando agora com 8.333 acções da eléctrica, segundo um outro comunicado ao regulador do mercado de capitais. Nesse dia, as acções recuaram mais de 1%.
Esta segunda-feira, as acções da EDP fecharam a cair pelo quarto dia consecutivo. Estão a valer 2,637 euros, recuando 1,24% em relação a sexta-feira.
Os dirigentes de uma empresa cotada têm de comunicar à CMVM "todas as transacções efectuadas por conta própria, de terceiros ou por estes por conta daqueles, relativas às acções daquele emitente ou aos instrumentos financeiros com estas relacionados", já que, como têm conhecimento da evolução das empresas, as suas decisões de investimento podem ser avaliadas pelos investidores.