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Jerónimo Martins desliza para mínimos de um ano
As acções da Jerónimo Martins perderam quase 5%, depois de a empresa ter apresentado um conjunto de resultados considerado “fraco” pelos analistas. As acções da retalhista tocaram em mínimos de 1 de Novembro de 2012.
A Jerónimo Martins fechou a sessão a cair 4,83% para 13,61 euros, tendo tocado nos 13,42 euros, o que corresponde ao valor mais baixo desde 1 de Novembro de 2012. Com a queda desta quinta-feira, as acções da empresa liderada por Pedro Soares dos Santos acumulam uma descida de 6,48% desde o início do ano.
Caso esta tendência de queda se mantenha, este será o primeiro ano, em cinco, que as acções da Jerónimo Martins caem.
E esta queda está relacionada sobretudo com os resultados, que, de acordo com os analistas, não têm sido entusiasmantes.
A Jerónimo Martins terminou os primeiros nove meses do ano com um resultado líquido de 280,5 milhões de euros, o que representa um crescimento de 3,3% face a igual período do ano passado.
Tendo em conta apenas o terceiro trimestre os lucros ficaram nos 115 milhões de euros, o que se situa abaixo do previsto pelos analistas contactados pela Reuters, que aguardavam 124 milhões de euros.
“O resultado líquido atingiu os 116 milhões de euros no terceiro trimestre, ficando 10 milhões de euros abaixo das nossas expectativas, devido a um desempenho operacional pior do que o esperado”, explicam os analistas do BPI no seu Iberian Daily desta quinta-feira.
Nas suas estimativas para 2013, a Jerónimo Martins espera abrir 290 lojas na Polónia, investir entre 600 e 650 milhões de euros, registar um crescimento das vendas de dois dígitos, enquanto a actividade em Portugal, o Pingo Doce deverá continuar focado no crescimento.
O BPI identifica alguns riscos de descida nas suas expectativas ao nível dos resultados por acção para 2013, “que também deverá ser estendida ao consenso”.
A Polónia, o principal motor de crescimento dos lucros da retalhista, tem dado sinais de abrandamento, o que merece a preocupação de investidores e analistas. “O mercado está consciente dos problemas de rentabilidade da companhia no trimestre, mas esperamos uma nova reacção negativa a este conjunto de resultados”, argumenta o mesmo banco de investimento, que realça ainda a “fraca margem” registada na Polónia.
Apesar do conjunto de resultados desapontantes, o BPI destaca que esta pode ser uma boa oportunidade de entrada para investidores de médio e longo prazo, na medida em que “ainda vemos o mercado de retalho alimentar polaco atractivo” e um ambiente macroeconómico mais sustentável poderá levar a uma melhoria dos fundamentais na indústria, o que “vai claramente beneficiar a Jerónimo Martins”.
O CaixaBI assinala que ainda que tenha reiterado que espera que as vendas consolidadas cresçam a dois dígitos, a Jerónimo Martins referiu que o EBITDA do Grupo irá aumentar (não em linha mas) ligeiramente abaixo do nível das vendas devido a um maior investimento em preço na Polónia e ao investimento nos novos negócios.
“Acreditamos que este conjunto de dados deverá levar a uma reacção negativa do mercado, com potencial para revisão de estimativas em baixa pelo consenso”, referem os analistas do CaixaBI.