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Euronext confirma Paulo Rodrigues da Silva para liderar bolsa nacional

Stéphane Boujnah, CEO da Euronext, diz que o ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos  é uma "excelente escolha" para o cargo de presidente executivo da praça portuguesa.  

Bloomberg
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A Euronext confirmou esta sexta-feira que Paulo Rodrigues da Silva será o próximo presidente da Bolsa portuguesa. A escolha do Supervisory Board da gestora da bolsa portuguesa foi "unânime" e falta apenas a aprovação por parte dos accionistas relevantes e dos reguladores.

 

"Paulo Rodrigues da Silva tem uma longa carreira profissional, com cargos de total abrangência e de responsabilidades de gestão, desde comercial, tecnologia, estratégia e desenvolvimento de negócio em várias empresas líderes, nomeadamente o BPI, Vodafone (em Portugal e no estrangeiro) e mais recentemente na Caixa Geral de Depósitos", refere o comunicado emitido esta sexta-feira, 17 de Fevereiro, pela Euronext.

A gestora destaca que o novo CEO traz uma "experiência internacional significativa, já que trabalhou em quatro países diferentes, liderando grandes equipas multinacionais, desenvolvendo novas operações e enfrentando complexas transformações de negócios e tecnológicas", acrescenta a Euronext, dando conta que Paulo Rodrigues da Silva vai assumir o lugar que é hoje ocupado por Maria João Carioca no início de Março.

 

No mesmo comunicado, o Ceo da Euronext, Stéphane Boujnah afirma que a escolha de Paulo Rodrigues da Silva é "excelente", destacando a experiencia do gestor no sector financeiro e tecnológico.

 

A missão de Paulo Rodrigues da Silva passa por desenvolver as operações em Portugal, sendo que tal inclui a abertura de um novo centro tecnológico no Porto, onde já trabalham mais de 100 engenheiros e operadores de tecnologias.

 

O "Paulo vai desempenhar um papel chave na realização das ambições da Euronext em Portugal e contribuir para o Euronext Group", acrescenta Stéphane Boujnah, agradecendo a Carioca o contributo para a Euronext e desejando-lhe "sorte" para as suas novas funções da CGD.

 

Uma carreira entre a tecnologia e a banca

"Muito trabalhador, discreto e brilhante." É desta forma que um antigo colega de Paulo Rodrigues da Silva se refere ao próximo presidente da bolsa de Lisboa. Aos 52 anos, o gestor regressa à ribalta, depois da "falsa partida" que foi a sua escolha para a administração de António Domingues na Caixa Geral de Depósitos, que acabou por cair.

Paulo Rodrigues da Silva começou a sua carreira na McKinsey, ficando na consultora do início de 1990 ao final do ano seguinte. Em 1995 entra para o BPI, onde ficou cinco anos, fazendo parte da administração e tendo o cargo de Chief Information Officer (CIO). 

Seguiu-se um longo período na Vodafone, em vários papéis, percurso iniciado em Setembro de 2000. Até 2004 foi Chief Tecnhology Officer (CTO), e em Abril desse ano começou a assumir responsabilidades internacionais no grupo, mantendo-se como administrador da unidade portuguesa. Entre 2007 e 2009 foi ainda Chief Commercial Officer (CCO) da Vodafone Turquia.

Sai da operadora em 2009 e dedica-se a vários projectos e à consultoria. Apostou então no aconselhamento de investidores institucionais com interesses em empresas de telecomunicações, na Grécia e noutros países.

 

Voltou a ser muito falado na segunda metade de 2016, como uma das apostas de António Domingues para a administração da Caixa Geral de Depósitos. Domingues, que havia partilhado a administração do BPI com Paulo Rodrigues da Silva, Fernando Ulrich, Artur Santos Silva ou Seruca Salgado, não se esqueceu do antigo colega e convidou-o para administrador.

Diz quem bem o conhece que, tendo em atenção a grande dependência das gestoras de bolsas actuais da tecnologia, o seu perfil poderá encaixar bem exactamente por cruzar as comunicações e a área mais financeira.

 

Aliás, uma das razões para a sua escolha poderá estar relacionada com o crescente papel desempenhado pela Euronext Lisbon enquanto centro tecnológico do grupo pan-europeu. O Porto ganhou o centro de tecnologias de informação da Euronext, que estava instalado em Belfast, projecto que é um dos mais importantes componentes lusos no seio do grupo.


Paulo Rodrigues da Silva é casado e tem dois filhos, ambos a estudar no estrangeiro. Gosta de desporto e é praticante de golfe.

 

Prepara-se agora para ser o terceiro presidente da bolsa portuguesa em menos de dois anos.


(notícia actualizada com mais informação às 8:33)

 

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