O euro recuava 0,56% face ao dólar, depois da inflação da Alemanha e da França, as duas maiores economias da Zona Euro, ter aumentado mais que o esperado em Abril, sendo ainda prejudicado pelo corte de taxas decretado ontem pelo Banco Central Europeu (BCE).

A moeda única transaccionava nos 0,8765 dólares, depois de ter atingido o valor mínimo da sessão nos 0,8740 dólares.

A descida do euro estava relacionada com «os dados que foram divulgados hoje sobre a inflação na Alemanha, na França e na Espanha, que saíram acima do esperado», referiu Maria Amélia Valverde, analista do Banco Espírito Santo (BES).

Em França, o índice de preços no consumidor harmonizado (IPCH), comparável com os outros países da União Europeia (UE), cresceu 0,6% face a Março, o ritmo mais acelerado dos últimos sete meses. Na Alemanha o crescimento mensal da inflação atingiu os 0,3%.

Na Irlanda, a inflação subiu 0,8% no mesmo mês, enquanto em Espanha os preços no consumidor avançaram 0,4%. O IPCH da Holanda aumentou 0,7% em termos mensais, elevando a inflação homóloga para os 5,3%, o nível mais alto desde 1982 naquele país.

«Estes números vieram tornar a descida de taxas decidida ontem pelo BCE ainda mais surpreendente», defendeu a mesma fonte.

O BCE baixou ontem a sua taxa directora em 25 pontos base para os 4,5%, realizando o seu primeiro corte de taxas desde Abril de 1999.

No início deste semana, vários dirigentes do BCE, entre os quais o seu presidente, Wim Duisenberg, afirmaram que a principal preocupação da autoridade monetária nos próximos tempos seria garantir a estabilidade dos preços, indiciando que iria aguardar mais algum tempo antes de iniciar um movimento descendente das taxas de juro.

«Este movimento foi um pouco contra os discursos proferido anteriormente, o mercado sentiu-se um pouco enganado e ficou sem perceber qual será a política futura do BCE», considerou a analista do BES.

Cada euro vale 200,482 escudos.