Notícia
Efeito Milei leva bolsa de Buenos Aires a melhor dia em 22 anos
O S&P Merval chegou a disparar 22% na reabertura das bolsas na Argentina, após a eleição de Javier Milei como presidente. "Um movimento sísmico, mas que mascara as dificuldades daqui em diante", dizem os analistas da DBRS Morningstar.
O pulo desta segunda-feira nas "american deposited shares" argentinas - títulos que permitem a cotação de empresas estrangeiras nos Estados Unidos - já fazia adivinhar o cenário no principal índice bolsista da Argentina na terça-feira.
Na primeira reação à vitória de Javier Milei, uma vez que os mercados estiveram encerrados, devido a feriado, na segunda-feira, o principal índice da bolsa de Buenos Aires, o S&P Merval, chegou a subir 25,29% até aos 808.207,19 pontos, perto de máximos históricos, nos 835 mil pontos, e assinalando a maior subida desde dezembro de 2001. O índice acabou por terminar a sessão a valorizar 22,84% nos 792.443,19 pontos.
A ascensão do economista ultraliberal ao cargo de presidente da Argentina parece ter agradado aos investidores, num cenário de inflação com três dígitos e uma economia à beira de uma recessão. "Um movimento sísmico, mas que mascara as dificuldades daqui em diante", alertam os analistas da DBRS Morningstar numa nota.
"A eleição sinaliza que a maioria dos argentinos está disposto a levar o seu país numa direção diferente", explicam Michael Heydt e Thomas Torgerson, analistas da agência de "rating" canadiana. No entanto, ambos preveem um duro e "rápido ajuste macroeconómico", quando Milei ascender ao cargo a 10 de dezembro.
Entre os maiores ganhos esteve a petrolífera estatal YPF, que chegou a escalar 40%, o maior pulo de sempre, após Milei ter anunciado que entre as várias medidas para o novo Governo estava a privatização da empresa.
Entre as promessas de Javier Milei contam-se ainda uma redução drástica dos gastos estatais, reduzindo ao máximo o papel do Estado na economia, e o encerramento do banco central do país. O líder do partido "La Libertad Avanza" ganhou as eleições com 56% dos votos "a favor de reformas", resume à Bloomberg Patrick Esteruelas da Emso Asset Management.
Apesar dos ganhos desta terça-feira, numa bolsa que enfrenta elevada volatilidade, a continuidade destas subidas "será limitada pelo ceticismo sobre se Milei conseguirá sobreviver politicamente com apoio limitado no Congresso", uma vez que o seu partido tem apenas alguns deputados com assento parlamentar.
Este é também um dos impedimentos, apontado pelos analistas da DBRS, para a dificuldade em implementar determinadas medidas mais drásticas na economia, como a substituição do peso pelo dólar. Igualmente, "a limitada experiência política do presidente eleito, políticas controversas e uma postura anti-regime" podem levar a uma paralisia política, alertam Michael Heydt e Thomas Torgerson.
A Argentina terá ainda de manter uma boa relação com o Fundo Monetário Internacional (FMI), uma vez que o país foi alvo de um resgate, bem como com os investidores que têm evitado comprar a dívida do país.
No final do dia, há dois cenários, clarifica a agência de rating. "Se Milei conseguir construir uma coligação que esteja a favor de um plano de estabilização compreensivo, a Argentina pode conseguir escapar a uma crise", sinalizam os analistas da DBRS. "Caso contrário, o 'outlook' vai ser caracterizado por uma inflação elevada, uma grave recessão económica e incerteza política", completam.
Na primeira reação à vitória de Javier Milei, uma vez que os mercados estiveram encerrados, devido a feriado, na segunda-feira, o principal índice da bolsa de Buenos Aires, o S&P Merval, chegou a subir 25,29% até aos 808.207,19 pontos, perto de máximos históricos, nos 835 mil pontos, e assinalando a maior subida desde dezembro de 2001. O índice acabou por terminar a sessão a valorizar 22,84% nos 792.443,19 pontos.
"A eleição sinaliza que a maioria dos argentinos está disposto a levar o seu país numa direção diferente", explicam Michael Heydt e Thomas Torgerson, analistas da agência de "rating" canadiana. No entanto, ambos preveem um duro e "rápido ajuste macroeconómico", quando Milei ascender ao cargo a 10 de dezembro.
Entre os maiores ganhos esteve a petrolífera estatal YPF, que chegou a escalar 40%, o maior pulo de sempre, após Milei ter anunciado que entre as várias medidas para o novo Governo estava a privatização da empresa.
Entre as promessas de Javier Milei contam-se ainda uma redução drástica dos gastos estatais, reduzindo ao máximo o papel do Estado na economia, e o encerramento do banco central do país. O líder do partido "La Libertad Avanza" ganhou as eleições com 56% dos votos "a favor de reformas", resume à Bloomberg Patrick Esteruelas da Emso Asset Management.
Apesar dos ganhos desta terça-feira, numa bolsa que enfrenta elevada volatilidade, a continuidade destas subidas "será limitada pelo ceticismo sobre se Milei conseguirá sobreviver politicamente com apoio limitado no Congresso", uma vez que o seu partido tem apenas alguns deputados com assento parlamentar.
Este é também um dos impedimentos, apontado pelos analistas da DBRS, para a dificuldade em implementar determinadas medidas mais drásticas na economia, como a substituição do peso pelo dólar. Igualmente, "a limitada experiência política do presidente eleito, políticas controversas e uma postura anti-regime" podem levar a uma paralisia política, alertam Michael Heydt e Thomas Torgerson.
A Argentina terá ainda de manter uma boa relação com o Fundo Monetário Internacional (FMI), uma vez que o país foi alvo de um resgate, bem como com os investidores que têm evitado comprar a dívida do país.
No final do dia, há dois cenários, clarifica a agência de rating. "Se Milei conseguir construir uma coligação que esteja a favor de um plano de estabilização compreensivo, a Argentina pode conseguir escapar a uma crise", sinalizam os analistas da DBRS. "Caso contrário, o 'outlook' vai ser caracterizado por uma inflação elevada, uma grave recessão económica e incerteza política", completam.