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Dados económicos, "earnings season" e conflito no Médio Oriente cercam Wall Street

O aviso de que Israel vai reforçar a operação na Faixa da Gaza, a par dos dados económicos que abrem a porta a uma nova subida dos juros diretores nos EUA pressionaram o sentimento do mercado. Os investidores estiveram ainda a digerir as contas trimestrais que foram apresentadas por várias cotadas.

O fenómeno é conhecido dos mercados financeiros, mas pouco compreendido. Os gastos com o início do ano escolar e a revisão de projeções dos analistas podem estar entre os fatores.
Brendan McDermid/Reuters
27 de Outubro de 2023 às 21:27
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Wall Street terminou a semana em terreno negativo, tendo o Standard & Poor's 500 (S&P 500) invertido a tendência do arranque da sessão.

O industrial Dow Jones caiu 1,12% para 32.417,59 pontos, enquanto o S&P 500 subtraiu 0,48% para 4.117,4 pontos. Desde o pico de julho, o "benchmark" mundial já perdeu cerca de 10% do seu valor, estando próximo do designado território de correção.

Já o tecnológico Nasdaq Composite cresceu 0,38% para 12.643,01 pontos, sobretudo à boleia dos bons resultados da Amazon. 

O sentimento foi pressionado no decorrer da sessão pelos mais recentes desenvolvimentos do conflito do Médio Oriente. As forças áreas e terrestres de Israel estão a aumentar as operações em Gaza, confirmou o porta-voz das forças armadas, esta sexta-feira. Esta confirmação aconteceu depois de terem sido registados bombardeamentos constantes na Faixa de Gaza, que ficou sem internet e ligações telefónicas.

O sentimento foi ainda influenciado pelos mais recentes dados macroeconómicos, tendo o do índice de preços de despesas com consumo nos EUA alcançado máximos de quatro meses em setembro abrindo a porta a mais subidas dos juros diretores.

Paralelamente, as expectativas sobre a inflação a curto prazo nos Estados Unidos subiram em outubro para um máximo de cinco meses.

Além disso, os investidores estiveram a reagir às contas de várias cotadas norte-americanas. Neste momento, mais de dois terços das cotadas do S&P 500 está a negociar abaixo da média móvel a 200 dias, sendo um sinal de que os títulos estão a ser pressionados pelos fracos resultados apresentados por várias empresas, de acordo com a análise da Bloomberg Intelligence.

A Ford afundou 12,25%, depois de os resultados trimestrais terem ficado abaixo das expectativas dos especialistas.

Já as ações da Amazon subiram 6,83%, depois de resultados terem surpreendido pela positiva.

A Tesla valorizou 0,75%, depois de aumentar o preço do model Y na China, que tinha sido cortado no verão. A Intel escalou 10,87%, impulsionada pelo "guidance" para o quarto trimestre.

O JP Morgan caiu 1,02%, pressionado pelo anúncio de que o CEO Jamie Dimon vai vender mais de 10% do total de ações que detém do banco, depois de este ter reportado um aumento dos lucros. É a primeira vez que o gestor realiza uma transação deste tipo, desde que assumiu a liderança da instituição financeira há 18 anos.

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