Quase um mês depois de marcarem a sua estreia no mercado de capitais português, as acções da empresa de correios nacional continuam a negociar acima do preço da OPV, ainda que a valorização seja residual. Os títulos encerraram a última sessão do ano sete cêntimos acima do preço a que se estrearam na bolsa, nos 5,59 euros.

Os máximos e mínimos em bolsa foram registados logo nas primeiras sessões de negociação. Os CTT tocaram uma única vez nos 5,95 euros, no primeiro dia em bolsa e não voltaram a alcançar esse patamar. Já o mínimo foi alcançado nos 5,51 euros, um cêntimo abaixo do preço da OPV, na segunda sessão de negociação.

Cerca de 77% das acções destinadas aos investidores institucionais foram colocadas junto de estrangeiros que ficam com quase 44% do capital. Apesar do domínio internacional nas ordens reservadas aos institucionais, a maior “fatia” de capital mantém-se em mãos nacionais: 56,8%, incluindo os 30% do Estado.

Os analistas estão optimistas para a evolução da companhia liderada por Francisco Lacerda. A forte política accionista da empresa deverá ser um dos principais catalisadores dos CTT. O Caixa BI prevê que nos próximos dois anos os lucros dos CTT continuem a aumentar a um ritmo de mais de 10% e deverão entregar 180 milhões de euros em dividendos até 2016.

O sucesso na operação de colocação em bolsa dos CTT poderá abrir portas para novas privatizações através do mercado de capitais. O governo de Passos Coelho deverá decidir nas primeiras semanas de 2014 se avança com a venda directa da Caixa Seguros ou se opta pela alienação no mercado de capitais.