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Comprimido contra a covid dá gás a Wall Street

As principais bolsas do outro lado do Atlântico encerraram em alta na primeira sessão de outubro, com as notícias promissoras na frente de combate à pandemia a ofuscarem os receios em torno da subida da inflação e de um potencial incumprimento dos EUA se até 18 de outubro o teto da dívida não for aumentado ou suspenso.

Reuters
01 de Outubro de 2021 às 21:15
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Depois de setembro ter sido o pior mês do ano para as praças norte-americanas, hoje o otimismo prevaleceu sobre muitos dos receios dos investidores.

 

O índice industrial Dow Jones fechou a somar 1,43%, para 34.326,46 pontos e o Standard & Poor’s 500 avançou 1,15%, para 4.357,04 pontos.

 

Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite ganhou 0,82% para se fixar nos 14.566,70 pontos.

 

A sessão foi de alguma volatilidade, com os índices a negociarem entre o verde e o vermelho, mas o saldo do dia acabou por ser positivo. E muito à conta da Merck Sharp & Dohme. A farmacêutica norte-americana disparou, depois de o seu comprimido experimental contra a covid ter reduzido em cerca de 50% a probabilidade de hospitalização ou morte dos doentes com risco de sintomas severos.

 

O primeiro dia de outubro, o mês de alguns dos piores crashes bolsistas da história, estreou-se assim com o pé direito nos mercados acionistas dos EUA.

 

Ainda pairam muitas incertezas, mas hoje os intervenientes de mercado deixaram os índices ganhar fôlego.

 

Uma das ameaças à espreita nos EUA é a da possibilidade de o país entrar em incumprimento no reembolso da sua dívida caso o Congresso não aprove, até 18 de outubro (data até à qual há dinheiro disponível, segundo a secretária do Tesouro, Janet Yellen), uma suspensão ou aumento do limite de endividamento federal. Ameaça essa que já levou a agência de notação financeira Fitch a aludir à possibilidade de retirar a classificação máxima (triplo A) que atribui neste momento à dívida soberana dos Estados Unidos.

 

Outro fator que continua a centrar as atenções do mercado é a inflação. Hoje foi revelado que o índice de preços no consumo (índice PCE) aumentou 4,3% nos 12 meses terminados em agosto, naquela que foi a maior subida desde janeiro de 1991. Ou seja, tratou-se de um máximo de quase 31 anos.

 

O PCE core, que exclui componentes mais voláteis, como os alimentos e a energia, manteve-se em 3,6% em agosto (onde está desde junho), continuando a ser o ritmo mais acelerado deste indicador de inflação desde março de 1991 – e bem acima da meta de 2% da Fed.

 

Ao mesmo tempo que os preços subiram fortemente, os rendimentos dos norte-americanos aumentaram de forma modesta (+0,2%, ou 35,5 mil milhões de dólares). O rendimento disponível subiu ainda menos (+0,1%, correspondendo a 18,8 mil milhões).

 

Também a expectativa quanto ao timing das futuras subidas dos juros diretores e do início da retirada de estímulos (tapering) à economia, por parte da Fed, está a manter os investidores em suspenso.

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