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Comissão Europeia investiga fusão entre as bolsas de Londres e Frankfurt
A Comissão Europeia iniciou hoje uma investigação aprofundada para perceber se a proposta de fusão entre as bolsas de Frankfurt e de Londres pode reduzir a concorrência em vários mercados financeiros.
"Devemos garantir que os que participam no mercado continuam a ter acesso em condições de concorrência. Por isso, abrimos uma investigação aprofundada para examinar a proposta de fusão", anunciou a comissária europeia da Concorrência, Margrethe Vestager, em comunicado.
O executivo comunitário tem agora até 13 de Fevereiro para decidir se o novo 'gigante' do mercado financeiro, que junta a Deutsche Borse (DB) e a London Stock Exchange (LSE) será um concorrente directo da Euronext (que inclui as bolsas de Paris, Amesterdão, Bruxelas e Lisboa), da Intercontinental Exchange (Nova Iorque) ou da bolsa de Hong Kong.
"A fusão proposta vai combinar as actividades da DB e da LSE. Ao combinar as bolsas da Alemanha, do Reino Unido e de Itália, bem como várias das maiores câmaras de compensação [entidades que assumem o cumprimento dos contractos no mercado] europeias, será criado o maior operador financeiro da Europa", afirma a Comissão.
O executivo comunitário elencou as reservas que levaram à investigação, mostrando-se "preocupado" com os efeitos da combinação das câmaras de compensação das duas bolsas, podendo "eliminar a concorrência num número de áreas, incluindo obrigações, derivados e acordos de recompra".
A LSE, numa tentativa descansar a Comissão Europeia, já veio dizer que pretende explorar uma "potencial venda" da sua câmara de compensações.
A Comissão mostrou reservas também no mercado de derivados, considerando que a fusão proposta possa levar "a um quase monopólio".
Em Março, a LSE e a DB chegaram a um acordo formal para se fundirem "entre iguais", o que permitirá criar um grupo global, estando previsto que os accionistas da bolsa de Londres recebam 45,6% dos títulos do grupo combinado e os investidores da alemã fiquem com 54,4%.
A bolsa resultante da fusão das duas 'praças' terá um valor de 27.000 milhões de euros (30.000 milhões de dólares) e a sede jurídica ficará na capital britânica, mas o negócio operacional será dirigido a partir de Frankfurt e de Londres.
A operação de fusão ainda está pendente de aprovação pelas autoridades de supervisão das bolsas.