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Capitais de risco e "private equity": as tendências do investimento privado

Apesar de 2023 ainda não se afigurar positivo – é mesmo visto como o “confuso ano do meio” –, os dados relativos às entradas em bolsa em janeiro e fevereiro trazem alguma esperança aos investidores. O volume ainda é pequeno, mas já há mais dinheiro a rolar.
Marta Velho 07 de Março de 2023 às 14:17

O tímido regresso das ofertas públicas iniciais (IPO, na sigla em inglês) está a dar algum alento aos investidores de capitais de risco (“venture capital” ou VC) e “private equity” (PE), que atravessaram, em 2022, um ano de seca.

Segundo dados recentes do Pitchbook, no arranque de 2023 e até meados de fevereiro, foram realizadas nove entradas em bolsa, apoiadas por VC e PE, nos Estados Unidos, já acima das cinco realizadas no último trimestre de 2022.

A publicação especializada Techcrunch chamou a 2023 o “confuso ano do meio”, no que diz respeito aos investimentos de capitais de risco e “private equity”. Depois do aterrador ano 2022, seguramente, o futuro será mais sorridente. Só que não será ainda para já.

“Nota-se ainda um abrandamento na realização de rondas, principalmente nas rondas com definição de preço, com a maioria das empresas que necessitam de financiamento a optarem por rondas intermédias de extensão através de mecanismos como obrigações convertíveis que não marcam preço”, confirma ao Negócios, João Henriques, cofundador da Iberis Capital.

Na verdade, os mercados ainda sofrem com a instabilidade geopolítica, a inflação e a extrema volatilidade do mercado. No setor dos capitais de risco, as circunstâncias traduzem-se numa retração, com os investidores a questionarem-se sobre se valerá ou não a pena injetar capital numa empresa que poderá não ter tração para sustentar a sua avaliação.

Mas a desaceleração do ano passado não foi uniforme. “A Iberis, por exemplo, continuou muito ativa e teve, em 2022, o ano de maior investimento no setor tecnológico. Para o mercado em geral a recuperação deverá acontecer, principalmente porque muitas empresas terão necessidade de financiamento e terão esgotado o caminho de rondas intermédias”, explica João Henriques. “O tema tem-se levantado maioritariamente em rondas mais avançadas, uma vez que essas empresas apresentam avaliações mais elevadas e, portanto, uma ronda nas condições atuais (ou nas condições de 2022) poderia representar uma diluição relevante dos investidores anteriores e dos fundadores.”

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