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Caos nos mercados emergentes adia IPO em Nova Iorque da gigante dos abacates

A Camposol, a maior fornecedora peruana de abacates Hass para os EUA, está a aprender a ser paciente: a turbulência dos mercados emergentes está a atrasar os seus planos de captar dinheiro.

Bloomberg
26 de Agosto de 2018 às 12:00
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A empresa, que tem 2.660 hectares de abacateiros no Peru, não está com pressa para fazer a sua estreia na bolsa de Nova Iorque depois de uma semana em que as commodities estiveram sob forte pressão e as acções dos mercados emergentes entraram em bear market, afirmou o director financeiro Andrés Colichon (na foto).

 

"A cada dia que passa, o mercado parece estar mais turbulento", apontou Colichon numa entrevista em Lima. "Não estamos com pressa. Este é um acontecimento único para uma empresa, por isso vamos esperar o momento certo".

 

A Camposol planeia captar pelo menos 300 a 400 milhões de dólares com a venda de acções em Nova Iorque e Lima, colocando um ponto final num período de quase seis anos em que não houve ofertas públicas iniciais na capital peruana. A empresa apresentou os seus planos para o IPO nos EUA no ano passado, e informou em Fevereiro que estava a aguardar que a volatilidade do mercado diminuísse antes de prosseguir. Desde então, porém, os mercados só ficaram ainda mais turbulentos.

 

"Não estamos sob pressão para o fazer, e por isso vamos rever a situação de acordo com o nosso plano de investimento", explicou Colichon.

 

A empresa planeia investir cerca de 130 milhões de dólares este ano para aumentar a produção de abacates e de outras das suas principais culturas - mirtilos, tangerinas e camarões – usando recursos das suas operações. A companhia planeia continuar a investir a esse ritmo para sustentar um crescimento do EBITDA de cerca de 20% nos próximos anos.

 

A venda

 

As acções e as moedas dos mercados emergentes caíram para os seus níveis mais baixos em mais de um ano na semana passada, com as perspectivas de uma guerra comercial global e a crise da Turquia a provocarem nervosismo entre os investidores.

 

Quando os mercados se acalmarem, o IPO será uma combinação de novas acções e acções dos proprietários, a família Dyer Coriat, que concordou em diluir as suas participações para aumentar o tamanho da venda e torná-la mais atractiva para os investidores. A oferta nunca representará menos de 25 a 30% do capital da empresa, segundo Colichon.

 

A empresa comprou terras na Colômbia, no ano passado, para o cultivo de abacate e quer reforçar esse investimento. Também comprou cerca de 1.000 hectares no Uruguai para o cultivo de tangerinas. No Peru, tem mais de 20.000 hectares de terras agrícolas, com 6.590 hectares cultivados.

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