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Candidato a maior IPO do mundo pode chegar "só" aos 1,71 biliões
A Saudi Aramco divulgou mais detalhes sobre a operação de dispersão do capital em bolsa (IPO), que deverá avaliar a maior petrolífera do mundo em 1,6 a 1,7 biliões de dólares. Um intervalo que fica aquém da ambição do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, que há três anos apontava para a fasquia dos 2 biliões.
A petrolífera do Estado saudita divulgou hoje em comunicado que pretende vender no mercado uma participação de 1,5%, ou 3 mil milhões de ações, da Saudi Aramco. O intervalo de preços da operação (entre 30 e 32 riais) aponta para uma avaliação global da empresa entre 1,6 e 1,7 biliões de dólares. O preço e a avaliação final serão anunciados no dia 5 de dezembro.
Ao preço mais elevado, o Estado Saudita pode encaixar o equivalente a 25,6 mil milhões de dólares com a venda das 3 mil milhões de ações, o que fará do IPO da Saudi Aramco o maior de sempre. Para quebrar o recorde tem de ficar acima dos 25 mil milhões conseguidos pela chinesa Alibaba, quando se estreou na bolsa de Nova Iorque em 2014.
A avaliação fica abaixo da almejada pelo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, que em 2016 apontou para a fasquia dos 2 biliões de dólares. Mas mesmo o novo intervalo pode ser considerado excessivo pelos investidores. A Bloomberg fez um inquérito junto de 24 gestores de ativos e 40% considerou que a avaliação justa da Saudi Aramco situa-se entre os 1,2 e os 1,5 biliões.
A Saudi Aramco pretende vender as ações sobretudo no mercado local – um terço da oferta destina-se a investidores de retalho sauditas – deixando de fora os Estados Unidos, Canadá, Austrália ou Japão. Os planos para a venda das ações foram conhecidos há cerca de três anos e a operação chegou a estar prevista para 2018.
O encaixe da operação permitirá ao Governo da Arábia Saudita diminuir o elevado défice orçamental e financiar a diversificação da economia, neste momento muito dependente da exploração petrolífera.