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Candidato a maior IPO do ano perde tamanho
O SoftBank vai manter, após a oferta pública inicial da sua fabricante de "chips" Arm na bolsa norte-americana, grande parte do capital (90%). O grupo japonês quer arrancar a oferta pública inicial no próximo dia 13 de setembro.
A Arm, fabricante de "chips" britânica que é controlada pelo japonês SoftBank Group, recuou no valor que pretende arrecadar naquela que até ao momento é considerada a maior entrada em bolsa deste ano.
A empresa pretende captar 4,87 mil milhões de dólares (4,54 mil milhões de euros à taxa de câmbio atual), segundo os documentos enviados ao regulador norte-americano para o mercado de capitais (na sigla inglesa SEC) e citado pela Bloomberg.
Inicialmente, a Arm tinha a intenção de conseguir entre 8 mil milhões e 10 mil milhões de dólares com a oferta pública inicial (IPO na sigla inglesa). Mas teve de reduzir as metas porque o SoftBank decidiu comprar ao seu fundo Vision uma participação de 25% que este detinha na empresa, pelo que, após a IPO, o grupo japonês vai acabar por deter 90% das ações da Arm, havendo assim menos capital disponível para entregar a novos acionistas, o que compromete as metas previstas inicialmente.
Ao todo, a fabricante de semicondutores vai oferecer 95,5 milhões de "american depositary shares" – títulos que permitem a cotação de empresas estrangeiras nos EUA – com preços de arranque entre os 47 dólares e os 51 dólares.
De acordo com as contas da Bloomberg, esta operação vai deixar a empresa avaliada em 54,5 mil milhões de dólares, abaixo do intervalo entre 60 mil milhões a 70 mil milhões de dólares inicialmente avançado por vários meios de comunicação.
Apesar deste recuo das metas, a IPO da Arm poderá ainda ser o maior do ano, superando a IPO da Kenvue depois do "spin-off" de 4,37 mil milhões de dólares da empresa da área da saúde da farmacêutica Johnson & Johnson.
A Arm pondera avançar com o "princing" das ações a 13 de setembro, passando a ser negociadas no dia seguinte.
O SoftBank comprou a Arm em 2016 por 32 mil milhões de dólares. Quatro anos mais tarde, chegou a acordo com a Nvidia para vender a fabricante de "chips" britânica por 40 mil milhões de dólares, mas o negócio foi travado pelos reguladores.
Os "chips" da Arm estão presentes em milhões de smartphones, incluindo os iPhones.