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Banca pressiona Wall Street com Powell a dar mais sinais de corte de juros

As bolsas do outro lado do Atlântico encerraram embaixa, com a perspetiva de corte de juros da Fed a pesar nos títulos da banca.

Reuters
16 de Julho de 2019 às 21:05
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O Dow Jones encerrou a ceder 0,09% para 27.335,63 pontos e o Standard & Poor’s 500 recuou 0,34% para 3.004,04 pontos.

 

Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite desvalorizou 0,43%, para 8.222,80 pontos.

 

Os investidores continuam atentos aos resultados da banca norte-americana. Depois de ontem o Citigroup ter dado o pontapé de saída no reporte das contas trimestrais, hoje foi a vez de o Goldman Sachs e o JPMorgan fazerem o mesmo.

 

As receitas do Goldman caíram, o que ajudou a penalizar a negociação do outro lado do Atlântico, mas a descida da cotação foi sol de pouca dura: terminou o dia a somar 1,86% para 215,52 dólares por ação.

 

A contrabalançar um pouco esta tendência esteve o JPMorgan, cujos lucros superaram as estimativas. No entanto, a perspetiva de um corte de juros por parte da Fed acabou por pressionar também este banco, já que se trata de um setor que verá uma redução da margem financeira com uma descida da taxa diretora do banco central. Ainda assim, conseguiu encerrar a subir 1,10% para 115,12 dólares por ação.

Estas valorizações não foram, contudo, suficientes para arrebitar o setor financeiro no seu conjunto. Outros títulos pesaram na tendência, como foi o caso do Citigroup e do First Republic Bank.

 

Na quarta-feira passada, o presidente da Fed, Jerome Powell, falou perante o Comité de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes (que, com o Senado, compõe o Congresso) e reiterou que a incerteza económica é elevada e que a Fed vai atuar de forma apropriada.

 

As palavras de Powell foram recebidas como um sinal de que os juros do outro lado do Atlântico vão descer, o que levou as bolsas dos EUA a atingirem de imediato novos máximos históricos.

 

Entretanto, no dia seguinte, Powell falou perante o Comité da Banca do Senado e disse que o banco central tem margem para flexibilizar a sua política monetária. "A ligação entre desemprego e inflação tornou-se débil há cerca de 20 anos", afirmou, citado pela Bloomberg. "Está a ficar mais fraca, mais fraca e mais fraca", frisou.

 

Estas declarações, aliadas às atas da última reunião da Fed, que apontam no mesmo sentido, deram gás a Wall Street - com os investidores a apostarem de novo em ativos de maior risco, como é o caso das ações.

 

Hoje, Powell voltou a falar, desta vez num evento no Banco de França, em Paris, e declarou que o banco central norte-americano está a "monitorizar cuidadosamente" os riscos de desaceleração do crescimento económico do país e que "agirá de forma apropriada para sustentar a expansão", o que intensifica a perspetiva de um corte de juros já na reunião dos dias 30 e 31 de julho.

 

As bolsas têm reagido em alta com esta perspetiva de estímulos à economia, mas a banca acaba por não festejar da mesma forma, já que juros mais baixos diminuem a sua margem financeira.

 

Outro fator que hoje penalizou Wall Street foi o facto de Trump ter dito que poderá impor mais tarifas à importação de produtos chineses, recordando assim aos investidores que as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo ainda não estão resolvidas.

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