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Dez anos a ligar vítimas de catástrofes

O programa Ericsson Response celebra este mês uma década de existência a restabelecer e fornecer comunicações essenciais após desastres naturais em todo o mundo.

10 de Dezembro de 2010 às 12:45
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O VER falou com um voluntário que esteve no Paquistão, na sequência do terramoto de 2005, e com a responsável pela área de Sustentabilidade e Responsabilidade Corporativa da Ericsson Telecomunicações, e testemunha o mérito da iniciativa idealizada pelos próprios colaboradores

Tiago Marques, 35 anos, Network consultant da Ericsson Telecomunicações, partiu em missão para o Paquistão a 25 de Março de 2006.

Na mala levava a expectativa de colaborar como voluntário na ajuda humanitária ao terramoto que devastara a região em Outubro de 2005, e o desafio de participar na instalação de uma rede wireless de comunicações de dados, email e internet num dos campos das Nações Unidas, em Kashemir, Muzzafarabad. Durante perto de quarenta dias deu suporte à rede IP e prestou "todo o tipo de ajuda a este nível” aos elementos da ONU no terreno: "a Ericsson Response intervém sempre integrada com entidades de ajuda humanitária, neste caso foram as Nações Unidas", explica ao VER.

A nível pessoal, a experiência foi "das mais marcantes" na vida de Tiago Marques: "abri os meus horizontes culturais pois conheci uma cultura muito diferente da minha mas com uma hospitalidade tocante. Gente que tinha perdido tudo e que vivia em tendas mas que, quando passávamos, insistia em oferecer o que tinha, que podia ser apenas um chá". O consultor da Ericsson mantêm até hoje relações de amizade que fez em Muzzafarabad, onde conheceu "pessoas interessantíssimas".

Gratificante também foi "estar envolvido na área de IP e, acima de tudo, poder contribuir com as minhas competências para ajudar o próximo de uma forma mais directa", diz. Na sua opinião, a oportunidade de participar num programa como o Ericsson Response estende-se aos vários colaboradores da empresa, que são "muito competente em diversas áreas. A Ericsson Response precisa de gente assim, não só na 'linha da frente', como nos 'bastidores', a desenvolver sistemas que serão usados no terreno".

Para este especialista, o retorno da experiência é garantido "não só pela satisfação que um contributo humanitário sempre nos dá mas também pelo lado mais aventureiro de ter uma experiência que, tanto a nível pessoal, cultural ou profissional, é muito diferente do que estamos habituados a fazer no dia-a-dia. É também uma forma de sentir orgulho de trabalhar na Ericsson".

Uma causa de dentro para fora

Fornecer conhecimento, experiência, equipamentos e soluções para auxiliar as vítimas de catástrofes. É esta a filosofia do Ericsson Response, desenvolvida em conjunto com organizações como as Nações Unidas, a Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC) e a Fundação Save the Children, entre outros parceiros.

Fundado em 2000, o programa foi criado por colaboradores da Ericsson que queriam utilizar a sua experiência e habilidade para socorrer vítimas de desastres. Desde então, centenas de funcionários aderiram à causa, foram treinados e enviados para várias operações em todo o mundo. A "capilaridade geográfica da Ericsson permite ao Ericsson Response reagir rapidamente aos desastres globais", adianta, estratégica, a empresa sobre a iniciativa que assinala dez anos de actividade.

A primeira operação deste programa aconteceu no Tajiquistão, em Setembro de 2000, por meio de um pedido da Cruz Vermelha, após a seca que devastou o país. O programa também actuou na sequência dos tsunamis na Ásia, em Dezembro de 2004.

Já este ano, o Ericsson Response interveio após o terramoto que atingiu o Haiti, a 12 de Janeiro, implementando uma rede GSM portátil, de acordo com a solicitação das Nações Unidas. Segundo a empresa, "esse foi um dos maiores esforços na história do Ericsson Response", com dezoito voluntários, que trabalharam em turnos durante seis meses para que houvesse comunicação numa área de 40 km2, na capital Porto Príncipe. Cerca de três mil chamadas eram realizadas diariamente pelas agências das Nações Unidas no local.

O programa já esteve também presente no Panamá, EUA, Tanzânia, República Democrática do Congo, Irão, Sudão, Indonésia, Turquia, Kosovo, Filipinas, Vietname e Líbano.

Em entrevista ao VER, Mónica Galamba de Oliveira, responsável pela área de Sustentabilidade e Responsabilidade Corporativa da Ericsson Telecomunicações, faz o balanço de uma década a colaborar com organizações humanitárias, colocando a tecnologia ao serviço das vítimas, em situações de emergência.

Como surgiu a ideia, entre os colaboradores da Ericsson, de desenvolver uma iniciativa direccionada para as comunicações de auxílio a vítimas de catástrofes naturais?

O Ericsson Response foi criado em 2000 por um grupo de colaboradores da Ericsson que entendia que a sua experiência e habilidade poderia ser útil para socorrer vítimas de desastres. Desde então, mais de uma centena de funcionários aderiram à causa, foram treinados e enviados para várias operações em todo o mundo. A força orientadora por detrás da iniciativa foi, assim, a ideia de colocar a tecnologia ao serviço da comunidade, procurando trazer alívio em situações de emergência. O programa tira partido do vasto know-how e da presença global da empresa.

Como articulam o programa Response com as organizações no terreno de que são parceiros e que exemplos pode dar do tipo de apoio que é prestado?

A preocupação central do Ericsson Response é ajudar a melhorar a qualidade, velocidade e efectividade na resposta a desastres em todo o mundo. Essa tarefa passa pela organização de equipas especializadas e pela adopção de tecnologias adicionais que vêm facilitar as operações de salvamento. No entanto, isso só é possível graças às parcerias que mantemos com as principais organizações de ajuda humanitária, como o United Nations Office for the Coordination of Humanitarian Affairs (OCHA), o United Nations World Food Programme (WFP), o United Nations Children's Fund (UNICEF), a International Federation of Red Cross e a Red Crescent Societies (IFRC), a Save the Children Sweden (SC) e a Swedish Civil Contingencies Agency (MSB).

Através destas parcerias, vários voluntários da Ericsson participaram nas formações específicas promovidas pela IFRC e pelas Nações Unidas, de forma a estarem aptos a entrar em acção em situações de desastre. Juntos, a equipa da Ericsson e a equipa de ajuda humanitária podem desenvolver novas abordagens e novas formas de aliviar o sofrimento humano causado pelos desastres. Por outro lado, os parceiros corporativos são também fundamentais e têm ajudado a cumprir esta missão, garantindo as ferramentas, o suporte e os recursos necessários.

A nossa acção no contexto dos programas de ajuda varia consoante o tipo de necessidades. Podemos participar em campanhas de consciencialização do sector público e privado; realizar avaliações no cenário da catástrofe, essenciais para avaliar os desastres e perceber que ferramentas técnicas serão necessárias desenvolver, implementar e testar, ou avaliações com o intuito de melhorar a comunicação no terreno por forma a facilitar as operações. Ou até, noutros casos, promover formações e workshops técnicos sobre como utilizar as redes móveis e os telemóveis com mais eficiência em situações de catástrofe, por exemplo. Foi assim na resposta às catástrofes que assolaram o Afeganistão e o Irão.

Ao nível das parcerias corporativas, a Ericsson tem colaborado com diversos organismos no sentido de desenvolver soluções de apoio às equipas de ajuda humanitária. Em muitas situações esse envolvimento conjunto é concretizado em campo, através do envio de equipas para os países vítimas de desastres.

Quantos colaboradores estão actualmente envolvidos no Response, quantos já participaram no programa desde o seu arranque, e em que missões colaboraram?

Actualmente estão envolvidos cerca 140 colaboradores no programa Ericsson Response e, até à data, estimamos uma intervenção em cerca de cinquenta missões que requereram a participação de entre um e dezoito voluntários.

O Ericsson Response participou já numa série de situações. Destacam-se aqui duas iniciativas desse vasto conjunto de actividades. Uma das acções decorreu em Sumatra, no contexto do devastador sismo de 9.0 na escala de Richter que, a 26 de Dezembro de 2004, criou o famoso tsunami que invadiu as costas da Indonésia, Sri Lanka, Índia, Tailândia e Malásia, causando a morte a cerca de 295 mil pessoas.

A Ericsson contribuiu para a minimização do desastre de duas formas: ajudando a reparar as telecomunicações destruídas e apoiando as instituições humanitárias nos esforços de recuperação. A empresa doou, inclusivamente, um sistema completo de comunicação móvel ao governo indonésio, assim como um grande número de telefones-satélite e telefones às organizações de apoio. O Ericsson Response promoveu ainda o envio de cinco voluntários para o Sri Lanka e Indonésia.

Uma outra acção decorreu aquando do furacão Ivan, em Setembro de 2004, uma das piores tempestades registadas na região das Caraíbas, com ventos acima dos trezentos quilómetros por hora, que provocou setenta vítimas e a destruição de edifícios (cerca de noventa por cento dos edifícios de Grenada), ligações eléctricas e comunicações. O Ericsson Response trabalhou, juntamente com a Cruz Vermelha Internacional, para reparar o sistema de comunicação.

Que importância tem este tipo de acção de responsabilidade corporativa para a vossa organização?

Este programa é, sem dúvida, a melhor forma de desempenhar um papel activo de auxílio à sociedade na resposta a desastres naturais, quer através do contributo dos nossos colaboradores, quer pelo uso das nossas soluções tecnológicas. É muito gratificante para a Ericsson e para os seus colaboradores ajudar a levar a comunicação a todos, sobretudo quando surgem situações mais dramáticas.
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